Musicentro

A Escola de Música dos Salesianos de Lisboa está aberta a alunos de todas as idades, internos ou externos. A estrutura curricular contempla a aprendizagem de um ou mais instrumentos, individualmente ou em grupo. Como tal, existem diversos planos de estudo com diferentes cargas horárias, havendo ainda a possibilidade de frequência em regime livre.

Mensagens da Direção

Luís Carlos PeleiraDiretor Pedagógico do Musicentro

O Musicentro tem sido, nos seus 25 anos de existência, uma referência no ensino da música em Portugal, formando um grande número de músicos e artistas, que do fado ao rock passando pela música erudita e pelo jazz, são atualmente referências a nível nacional e bons exemplos da qualidade do ensino que aqui se pratica.

A organização, a exigência, o rigor, a alegria e a paixão pela música, estão na génese do Musicentro e materializam-se nas várias audições e nos surpreendentes espetáculos e concertos realizados em várias salas de espetáculo nacionais, que proporcionam, aos alunos, experiências inesquecíveis.

O contacto regular com os vários professores, que têm uma sólida formação que abrange vários domínios musicais, e que contam já uma carreira reconhecida, tem sido um fator determinante na formação dos nossos alunos, ajudando-os a crescer como músicos e a terem um conhecimento real, e atual, do meio musical português, facilitando a sua integração no mesmo.

O Papa João Paulo II chamou aos artistas os “construtores geniais da beleza”. É essa busca da beleza na apresentação artística que devemos ter sempre presente, quando desafiamos um jovem músico a atingir o mais alto nível artístico.

Acreditamos que é nossa missão ajudar os jovens na procura do belo e da melhor versão de si mesmos. Ao atingirmos essa beleza, de que falava o Santo Padre, estaremos sem dúvida mais perto de Deus e do Evangelho.

Porque o futuro constrói-se no presente, é com a determinação e a capacidade de reinvenção que nos ajudaram a percorrer o caminho até aos dias de hoje, que iremos continuar a apostar na formação dos nossos alunos, tanto a nível humano como artístico, ajudando a formar grandes músicos mas também excelentes pessoas, porque o Musicentro dos Salesianos de Lisboa é mais do que uma escola de música, é diferente, é uma escola de música, salesiana.

Luís Carlos Peleira
Diretor Pedagógico do Musicentro

Professor José MoraisFundador do Musicentro de Lisboa

DA VIDA QUE GEROU O MUSICENTRO
À VIDA QUE O MUSICENTRO GEROU

“Onde encontrarmos algo que se pareça com música devemos deter-nos; na vida não exista nada que valha mais a pena alcançar do que o sentimento da música, o sentimento de ressonância e de uma vida com ritmo, da justificação harmónica da existência. Onde houver tudo isto, poderá haver ainda coisas por explicar; a verdade é que ainda há muito por explicar em todos nós.”

Hermann Hesse

MUSICENTRO. Do livro que poderíamos escrever sobre esta Escola de Música, deixamos aqui apenas algumas das ideias que alimentaram a gestação, o nascimento e os primeiros passos deste projeto de pessoas para pessoas, dentro de uma casa de D. Bosco. Há 25 ano atrás… teríamos escrito assim:

Quando se questiona a rotina e se encara o mundo com o desejo e a necessidade de o compreender melhor; quando se olha para seres humanos de poucos anos que nos são entregues pelos pais com a confiança de que as vivências musicais lhes tragam mais vida e os ajudem serenamente a crescer; quando conhecemos jovens de poucos ou muitos anos que decidem investir horas e dias das suas vidas na compreensão das linguagens musicais, porque isso é deveras importante para o seu equilíbrio enquanto pessoas, e porque a música eleva a sua existência; quando somos sensíveis ao poderoso potencial dos “sons do mundo e do mundo dos sons”; quando temos a consciência desta realidade e temos igualmente a liberdade, as ferramentas e a responsabilidade para podermos interferir neste processo; quando acreditamos que todas as pessoas têm capacidade para fazer música… estão reunidas as condições para humildemente compreendermos os resultados da investigação antiga do etnomusicólogo John Blacking. “The technical level of what is defined as musicality is therefore raised, and some people must be branded as unmusical. It is on such assumptions that musical ability is fostered or anesthetized in many modern industrial societies. These assumptions are diametrically opposed to the Venda idea that all normal human beings are capable of music performance.” (Blacking, J. 1974: 34).

Para que todas as pessoas tenham acesso ao estudo e compreensão da linguagem dos sons terá forçosamente de haver escolas que, por um lado, disponibilizem essa oferta; por outro, que acreditem profundamente na importância daquela mesma linguagem como um válido contributo para o equilíbrio do indivíduo e da sociedade. O que se verificava (há 25 anos) é que aquelas escolas (conservatórios) abriam as suas portas apenas àqueles que provavam as suas capacidades musicais, por meio de testes mais ou menos credíveis e opiniões de professores para as quais, por vezes, se tornava difícil encontrar uma sólida fundamentação. Ficavam fora do “mundo dos eleitos” os considerados não ou menos “aptos”, não ou menos “talentosos”, não ou menos “musicais” e ainda os que, muito embora não tivessem sido rotulados de “seres menores” neste domínio, concluíam que não valia a pena enveredar por esse meio, devido a uma clara insatisfação em relação às metodologias e programas adotados nas escolas de música existentes. Devemos, no entanto, referir que a realidade aqui descrita, devido a alguns fenómenos emergentes de caráter social, económico e cultural, na época já apresentava alguns sintomas de mudança.

Dado que a música não é um fenómeno isolado da sociedade e do indivíduo, tornava-se pertinente pensar num novo conceito de escola de música que respondesse às expectativas dos indivíduos tradicionalmente dotados, daqueles que o são à sua maneira e daqueles que o não parecem. Um conceito de escola de música onde a credibilidade não estivesse no instrumento ou domínio musical, mas sim na dignidade e partilha do trabalho realizado e no aproveitar do potencial artístico que cada ser humano transporta consigo, fruto das suas vivências e sensibilidade. Uma escola que criasse respostas e não barreiras, que fosse inclusiva e não exclusiva, que fosse aberta a todos os domínios e não aceitasse apenas como credível a música designada erudita. Uma escola que considerasse o aluno e o indivíduo. Uma escola onde (como escreveu João Martins, atual aluno do 12º ano) “A qualidade excecional do talento não brota da raridade com que se manifesta num grupo reduzido de pessoas, mas da variedade e carácter único de que se veste em cada um de nós.”

Um desafio deste género implicava instalações e recursos adequados, professores pedagogicamente apetrechados atentos a cada pessoa e a cada aluno, bem como um projeto muito versátil e abrangente com uma estrutura curricular e programática que permitisse alcançar não só os objetivos das escolas na altura designadas “oficiais”, mas muito mais do que isso, oferecendo sem preconceitos experiências musicais diversificadas num clima de abertura e enriquecimento musical , independentemente dos domínios musicais escolhidos pelos alunos.

“Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez… nascemos na sementeira da vida adulta… nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar… nascemos no perdão e no confronto… Ou iluminados por uma palavra. Nascemos na partilha”.

Roubamos estas palavras a José Tolentino Mendonça, porque delas jorra o sentimento que molda os dias vividos no Musicentro. Os olhos, mais abertos, a verem para além da casca das coisas, porque em cada criança mora algo que precisa ser descoberto, acarinhado e potenciado. A alma de uma escola sonhada a revelar-se com a nitidez do real, da verdade e da possibilidade. Uma esperança acordada, sem mas, seguida por centenas de seres humanos alimentados mais pelo prazer que pelo sofrer. Pessoas inteiras que carregam na mesma medida a razão e o coração. A generosidade de um espaço que convida muitos, em que a subtileza dos recantos físicos ou humanos acarinha cada um. Qualquer menino único e irrepetível, encontra ali com a mesma facilidade um espacinho capaz de o aconchegar nos dias sombrios, ou um palco onde provar a si próprio e aos outros que pode e sabe cantar. Ou ouvir. Ou tocar. Ou dançar. Ou simplesmente estar. O encanto descoberto, devolvido ou renascido nos olhos, nos ouvidos e nas palavras de seres humanos que merecem ser felizes. A mão e o abraço de uma companheira para vida a quem chamamos MÚSICA.

José Morais – Fundador do Musicentro de Lisboa e diretor pedagógico de 1994 a 2008

Orlando CamachoAdministrador dos Salesianos de Lisboa

A Música ao ritmo do coração: os 30 anos do Musicentro

Já soprava no ar uma brisa musical. Ensaiava-se isoladamente ou em grupo, aprendiam-se os primeiros acordes com os colegas, formavam-se as primeiras bandas, lançava-se o primeiro festival da canção. O 3º ciclo, tradicionalmente irrequieto, dava o mote. A sua vontade de voar e subir mais alto e mais longe levava-o a bater asas.

Por trás estava o P. Marcelino, animador nato, organizador exímio e sintonizado com Dom Bosco. Nasceu assim o primeiro festival da canção. O pavilhão encheu-se, os familiares exultaram, os jovens vibraram de alegria. Com o som possível e a luz mínima, a qualidade superou o expectável.

Tornara-se manifesto apostar na função educativa da música de uma forma mais consistente e profissional. O P. Delfim Santos, Diretor, e a comunidade salesiana apoiaram a ideia. O Dr. José Armando Gomes indicou a pessoa certa para o lugar certo. O Prof. José Morais aceitou o desafio. Nos espaços da antiga cantina improvisaram-se uns barracões. Sim, literalmente, sem aspas. Uns tabiques de madeira dividiam as “salas” – estas, sim, com aspas. Nascia o Musicentro! Estávamos em 1994.

A qualidade da intervenção educativa depressa se fez notar e a excelência profissional rapidamente começou a dar frutos. Tínhamos conseguido uma equipa de exímios profissionais e, mais que tudo, de ótimas pessoas. Que o diga o nosso Nené, como todos carinhosamente o tratam.

Ultrapassadas as quatrocentas inscrições, já tínhamos enchido os horários até às 20h e preenchido os sábados. As “salas” não comportavam mais horários. As listas de espera dos novos alunos superavam os cem candidatos. A realidade adiantara-se ao sonho. Era imperioso dotar o Musicentro de instalações condignas e de equipamentos apropriados. A excelência da intervenção educativa requeria condições materiais adequadas.

Com o apoio incondicional do P. Artur Pereira, Diretor, e dos salesianos da comunidade, o projeto para as novas instalações foi aprovado. As obras realizadas e os equipamentos adquiridos melhoraram significativamente as condições requeridas. O que já era uma realidade ganhou ainda mais visibilidade, qualidade e dimensão. Estava criada uma verdadeira escola de artistas.

E, nestes vinte e cinco anos, foram passando por aqui milhares de alunos, músicos, gente com vontade de melhorar. A música, de facto, tem marcado o percurso de vida de um número muito elevado de melómanos praticantes. E porque a paixão transforma, todos, ou quase todos, tornaram-se pessoas mais prestáveis na sociedade. Nesta permuta entre escola e discípulos, a maioria dos antigos alunos levou muito de nós e deixou cá muito de si.

No corredor do Musicentro ouve-se música, fazem-se amizades, tempera-se o ânimo. Independentemente do estilo musical e do reportório, a educação, aqui, acontece ao ritmo de cada um, ao ritmo do coração. Vive-se com paixão, na linha de quanto prevenia Dom Bosco: «uma casa sem música é como um corpo sem alma».

Orlando Camacho – Administrador dos Salesianos de Lisboa

Oferta Educativa

Plano A

Destinado a alunos a partir do 2.º Ciclo, que pretendem usufruir de uma aprendizagem musical completa, e contempla três disciplinas de frequência obrigatória:

  • Classe de Instrumento
  • Formação Musical
  • Classe de Conjunto

e um conjunto de disciplinas optativas.

Plano B

Destinado a alunos a partir do 1.º Ciclo que pretendem aprender música de uma forma sistemática, mas que ainda não dispõem da disponibilidade ou da maturidade necessárias para frequentar o Plano A.

Este plano é composto por duas disciplinas obrigatórias

  • Classe de Instrumento
  • Formação ou Iniciação Musical

e por uma Classe de Conjunto optativa.

Plano B

Destinado a alunos de todas as idades que pretendam construir um Plano de Estudos personalizado.

Perguntas Frequentes

Não frequento os Salesianos, posso inscrever-me no Musicentro?

O Musicentro de Lisboa está aberto a alunos de todas as idades, internos ou externos.

Quando me posso inscrever no Musicentro?

Pode realizar a sua inscrição a partir do dia 1 de Julho. Melhor altura para garantir o horário que pretende. No entanto o Musicentro aceita inscrições durante todo o ano Letivo.

Para mais informações deve contactar musicentro@salesianos.pt.

Tenho dúvidas no instrumento a escolher.

Estamos à sua disposição para o ajudar a escolher a melhor opção para o seu educando/a. Pode agendar algumas sessões experimentais com vários professores. Para tal deve contactar musicentro@salesianos.pt.

Como posso saber os horários de instrumento?

Os horários de instrumento/voz são escolhidos de acordo com a mancha horária de cada professor e da disponibilidade dos alunos.

Para saber o horário ainda disponível deve enviar um email para musicentro@salesianos.pt. No seu contacto, caso seja possível, poderá enviar-nos a disponibilidade do seu educando/a, para tentarmos rapidamente conciliar com as vagas ainda existentes.

Que plano de estudo devo escolher?

Para uma formação musical mais completa, aconselhamos os Planos A ou B, dependendo da idade do seu educando/a.

Estes Planos contemplam a frequência das aulas de Instrumento, Formação Musical ou Iniciação Musical e Coro/Classe de Conjunto.

Como posso saber os horários de Formação Geral e Classes de Conjunto?

Os horários das disciplinas de Formação Geral e Classes de Conjunto são fixos e são divulgados durante o período de Inscrição.

A inscrição no Musicentro é anual?

A inscrição nas atividades do Musicentro é anual e pressupõe a permanência na mesma até ao fim do ano lectivo em curso.

Qual o calendário escolar no Musicentro?

O calendário escolar é divulgado no início de cada ano letivo, antes do período de inscrição.

As aulas no Musicentro são interrompidas nas pausas lectivas do Natal, Carnaval e Páscoa; O número de aulas anuais é pelo menos 30x o número de tempos semanais.

Palavras que nos tocam

“O Musicentro faz um quarto de século. Em qualquer país do mundo desenvolvido seria uma referência internacional, academia informal de formação e informação de grandes músicos, e não menos grandes mulheres e homens.”

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Nuno Rogeiro
Encarregado de Educação

“a relação tão próxima e descontraída entre alunos e professores (quase todos músicos profissionais e meus colegas e parceiros) e a forma autêntica, entusiástica e quotidiana como transportam para o ensino a afectividade e a dimensão que a música tem nas suas vidas.”

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Mafalda Veiga
Música e Encarregada de Educação

O que mais me surpreendeu e até hoje surpreende é o profissionalismo e a qualidade das apresentações musicais. (…) uma orquestra de miúdos, juntamente com um coro e uma banda, acompanharem um teatro musical onde tudo está ensaiado e coordenado ao pormenor.

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Marta Pereira da Costa
Antiga aluna