“Nesta grande Escola Salesiana, todos os lugares são ocupados por pessoas únicas.”
Nos Salesianos de Lisboa, existe a certeza de que uma boa parte da paixão e da inspiração brotam do calor de mãos e de corações unidos com um objetivo comum: contribuir para que cada um encontre e se encontre, descubra e se descubra, construindo-se e reconstruindo-se para que possa ser aquilo que deve ser.
As dores da escola não estão ausentes porque são parte dos desafios, mas, como bem sabemos, também elas nos fortalecem e nos (des)envolvem.
Cada pessoa, cada aluno, encerra dentro de si uma imensidão de possíveis que aguardam olhares atentos, capazes de os despertar, confrontando-os com o potencial e os seus limites.
Na Escola Salesiana, trabalhamos para que cada um venha a ser o que deve ser, sendo sempre aquilo que é. Este é o foco que nos mobiliza, porque quando alguém decide morar connosco, traz consigo um nome e um rosto de pessoa e não um número de aluno.
Num tempo em que cada um anda demasiado cheio de si mesmo, havendo pouco lugar para o outro, urge convocar a hospitalidade que nos torna permeáveis à riqueza singular de cada ser humano.
É urgente um conhecimento que ilumine a importância da conjugação diária do verbo ser, tantas vezes amordaçada pelo domínio da conjugação do ter.
“Importa que amemos os jovens, mas importa sobretudo que eles se sintam amados”.
“…contribuir para que cada um encontre e se encontre…”
O fundador dos Salesianos, S.João Bosco, deixou-nos uma mensagem poderosa: “Importa que amemos os jovens, mas importa sobretudo que eles se sintam amados.” Recordamos esta frase vezes sem conta, porque acreditamos que uma boa parte do segredo para o sucesso educativo reside aqui: sentirmo-nos amados neste lugar.
“Todos os que trabalham com crianças ou jovens, todos os que viram ou ouviram muitos professores que “amam” de uma forma clara o seu trabalho e as crianças e jovens a quem ensinam, reconhecerão que a vocação do ensino talvez esteja relacionada, acima de tudo, com o amor.”
Neste, como noutros momentos em que tentamos “ver para além da montanha”, esbarramos sempre com o verbo amar e com a urgência da sua conjugação diária dentro e fora da “sala de aula”. A consciência dessa necessidade, longe de retirar o foco da principal missão da escola, fazer aprender, contribui sabiamente para a concretização dessa missão.
Bento XVI vai mais além e diz-nos que o saber é estéril sem o amor.
“A ação é cega sem o saber, e este é estéril sem o amor (…) Não aparece a inteligência e depois o amor: há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor”.