“Aprender a estar calado”

> Seara > “Aprender a estar calado”

“De uma maneira geral, as perguntas destes professores estimulavam muito pouco a curiosidade e a criatividade. Somente 6% das perguntas pareciam ser capazes de provocar a reflexão. A maioria das perguntas apelava para a memória.” “O Dr. William Floyd do Central Washington College, em Ellensburg, nos Estados Unidos, realizou um inquérito sobre o conteúdo das aulas dos professores que pretendiam empregar métodos «ativos» à base de perguntas feitas aos alunos. Selecionou quarenta escolas e pediu ao diretor de cada uma que lhe indicasse o melhor professor. Depois, em cada classe gravou integralmente pelo menos uma hora de aula. São estes resumidamente os resultados da sua análise: — Em média, 70% das palavras foram ditas pelos professores, portanto só 30% foram ditas pelos alunos. — 96 % das perguntas feitas pelos professores e 4 % apenas feitas pelos alunos. De uma maneira geral, as perguntas destes professores estimulavam muito pouco a curiosidade e a criatividade. Somente 6% das perguntas pareciam ser capazes de provocar a reflexão. A maioria das perguntas apelava para a memória. Houve também muito poucas perguntas através das quais os professores pudessem descobrir as dificuldades e os interesses dos alunos. E ainda mais, as perguntas revelaram-se ineficazes como instrumento pedagógico. Os alunos revelaram-se pouco interessados. As respostas que davam, muitas vezes evasivas e sem grande interesse, mostravam a sua passividade.”