D aniel Borges O livro À descoberta do universo escrito por Stephen e Lucy Hawking, foi publicado em janeiro de 2021, sendo classificado como uma não-ficção. Com efeito, esta obra póstuma abrange tópicos variados tais como a matéria negra, as singularidades, a teoria da relatividade, entre outros conteúdos fascinantes. Todavia, o assunto central do livro baseia-se na descrição e explicação do conjunto de processos que ocorreram desde o início do universo, até ao aparecimento do ser humano. Efetivamente, começa-se por comentar sobre o Big Bang, a influência que este teve e como é que decorreu, passando-se, seguidamente, para o nascimento da Via Láctea e do planeta Terra. Por fim, desagua numa exposição sobre a forma como a água conseguiu alcançar este corpo celeste (tendo sido transportada por meteoritos vindos de Marte), permitindo que, consequentemente, vida aparecesse. Por um lado, é de notar a compreensibilidade das explicações apresentadas, já que este livro consegue, de uma forma concisa e clara, abordar tópicos relativos à física e à cosmologia de um modo acessível para o público geral. De facto, pontos complexos são divididos em partes para um melhor entendimento, ilustrações são exibidas de um modo simultaneamente esclareced or e agradável e, finalmente, são tecidas diversas analogias oportunas, de forma a que temas profundamente abstratos se consigam tornar mais tangíveis ao leitor. Por exemplo, para explicar o funcionamento de um buraco de verme, o autor equipara o universo a uma maçã com uma formiga na sua superfície, afirmando que este corpo celeste seria como se alguém fizesse um túnel na fruta, de modo a haver um caminho mais curto para chegar à posição contrária. Por outro lado, é de destaque que, devido ao facto de abordar diversos temas distintos, cada assunto é analisado de uma forma extremamente superficial, deixando a desejar na quantidade de detalhes fornecidos por tópico. Na realidade, o leitor adquire um entendimento básico da matéria, mas incompleto. Exemplificando, enquanto o livro discute a possibilidade de viajar no tempo, ele não se aprofunda nas implicações filosóficas ou nos paradoxos temporais que surgem com esta ideia, em vez disso, apenas explica como seria possível que estas viagens ocorressem. Na verdade, mesmo estas exposições são rasas, já que, na tentativa de abranger um público geral, termos técnicos essenciais são postos de parte, confinando o leitor àquilo que é plenamente indispensável. Em suma, À descoberta do universo é um livro cativante e bem estruturado que explora diversos tópicos científicos relacionados à física e à cosmologia. Com efeito, esta obra apresenta-se como a escolha ideal para um público jovem que pretende adquirir mais conhecimentos sobre o universo, de uma forma fácil e compreensível, apesar da escassez de detalhes dados em cada questão. De facto, a linguagem simples e acessível, assim como as imagens bem trabalhadas, fornecem ao leitor uma experiência agradável e informativa. Daniel Borges, 12.º T4