Celebração do primeiro centenário da Congregação Salesiana

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Linhas convergentes ___________________________________________________________ Por Frederico Pimenta Releitura dos documentos originais da história dos Salesianos em Portugal. Trabalho ímpar de tantos investigadores, com especial destaque para o Pe. Amador Anjos, historiador, conhecedor profundo e inspirador de dissertações e teses sobre a vida e obra dos Salesianos em Portugal. Maio de 1960 – D. Bosco em Fátima Nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio de 1960 celebrou-se o primeiro centenário da fundação da Sociedade Salesiana e, em simultâneo, a realização do segundo congresso dos Cooperadores Salesianos e a reunião dos Associados de Nossa Senhora Auxiliadora. Pela importância de que se revestiram, estes acontecimentos mereciam, per si , uma análise individualizada e cuidada. A lavra deste escrito, claramente lacunar, procura outro acontecimento igualmente dignificante e impreterível. Estes momentos tiveram lugar em Fátima e congregaram elevadíssimo número de participantes. A intenção geral do congresso salientava, de acordo com o Boletim Salesiano de abril de 1960, “O Cooperador Salesiano deve sentir e viver com a Santa Igreja à luz do espírito e ensinamentos de S. João Bosco”. Tendo como tema geral “A Pia União dos Cooperadores Salesianos e o apostolado moderno”, o programa, dividido pelos dois dias, foi o apresentado abaixo com os dias, horas e presidências: ​Sessão ​Presidência ​I – dia 29 de Abril – 19,15h Ex. mo e Rev. mo Sr. D. João Pereira Venâncio, Venerando Bispo de Leiria ​II – dia 30 de Abril – 09,30h ​Rev. mo P. Guido Borra, Diretor Geral dos Oratórios Festivos e A. A. S., DD. representante do Superior Geral ​III – dia 30 de Abril – 11,30h ​Rev. mo P. Guido Borra, DD. Representante do Superior Geral dos Salesianos ​IV – dia 30 de Abril – 15,00h Rev. mo P. Guido Borra, DD. Representante do Superior Geral dos Salesianos ​V – dia 30 de Abril – 19,15h ​Ex. mo e Rev. mo Sr. D. Manuel Trindade Salgueiro, M. D. Arcebispo de Évora Nestas sessões intervieram o Padre Provincial, o Delegado Nacional dos Cooperadores, o Rev.do Padre António Duarte Claudino, o Pe. Diamantino Monteiro, o Pe. Jorge dos Santos Falcão, o Sr. Mário Vito Vaz, o Eng. Pedro Bello e o Sr. Domingos de Oliveira Martins. Os trabalhos deste congresso iniciaram-se com a leitura de um telegrafa enviado pelo Presidente da República (1) “desejando os melhores votos e felicidades pela continuação da prestantíssima obra de S. João Bosco.” (2) Após a alocução do Sr. Núncio Apostólico, que realçou “A obra que continua a desfraldar a sua bandeira e o seu lema – dai-me almas e ficai com tudo o mais – no exército aguerrido dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora, encontra-se espalhada em todos os cantos do Mundo”, (3) foi lido o telegrama enviado pelo Papa João XXIII, assinado pelo Cardeal Tardini, (4) “Ocasião congresso cooperadores salesianos Portugal Augusto Pontífice concede organizadores participantes bênção apostólica implorada penhor perseverança propósitos renovação cristã família sociedade Cardeal Tardini”. (5) A imprensa da época acompanhou estas cerimónias e dos seus escritos fez eco o Boletim Salesiano de maio de 1960. (6) Especialmente dos jornais A Voz e Novidades foram repescados e transcritos artigos sobre estes acontecimentos. As conclusões foram abundantemente difundidas pelos boletins subsequentes. No dia 1 de maio, na Comemoração do Centenário Salesiano, estiveram presentes cooperadores, devotos, alunos salesianos, o Núncio Apostólico, prelados, o. Dr. Pedro Teotónio Pereira, o Ministro da Presidência e o representante do Superior Geral dos Salesianos, num total aventado de quatro mil pessoas. O assurgente programa religioso estendeu-se pelos dias 29 de abril e 1 de maio, de acordo com a calendarização apresentada. Saliente-se a cuidadosa preparação e comunicações atempadas destas realizações junto dos destinatários. “Estas comemorações, pelo brilho que atingiram, e pela repercussão que tiveram no país, constituíram um acontecimento digno de ficar assinalado na história da Província Portuguesa e da Congregação.” (7) No domingo, dia 1 de maio, no final das comemorações do primeiro centenário da Congregação Salesiana, foi benzida e inaugurada a estátua de D. Bosco, situada na colunata do Santuário de Fátima, “rodeada por 24 alunos com as bandeiras de Portugal e do Papa e de mais nações em que os salesianos desenvolvem a sua actividade.” (8) Sobre este momento, referiu o Núncio Apostólico, D. João Pànico: “(…) é justo que aqui em Fátima o grande Santo encontre, com gesto de gratidão, a tribuna de glória que lhe compete! Coube a mim a honra de benzer a sua estátua.” (9) A figura escultórica representando D. Bosco e Domingos Sávio, obra do escultor Moura Barradas, continua imperecível contemplando os horizontes de tantos jovens que viveram e cresceram, ontem e hoje, na sombra do sistema preventivo idealizado pelo “homem que trabalhou como ninguém para a questão social.” (10) (1) O Presidente era o Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás. Nasceu em Lisboa a 19 de novembro de 1894 e faleceu a 18 de setembro de 1987, em Cascais. Ocupou o cargo de 9 de agosto de 1958 até 25 de abril de 1974. (2) Boletim Salesiano, Órgão das Obras de D. Bosco , ano XVIII, N.º 153, maio, 1960. (3) Ibidem. (4) Secretário de Estado do Papa João XXIII cargo que exerceu até à morte em 30 de julho de 1961. Desenvolveu importante trabalho de apoio junto das crianças de Villa Nazareth. (5) Boletim Salesiano, Órgão das Obras de D. Bosco , ano XVIII, N.º 153, maio, 1960. (6) Ibidem. (7) Ibid. (8) Ibid. (9) Ibid. (10) Alocução do Sr. Núncio Apostólico. Boletim Salesiano, Órgão das Obras de D. Bosco , ano XVIII, N.º 153, maio, 1960.