Helena Domingues e Nuno Oliveira Da nossa parte, procurámos mostrar como o trabalho colaborativo entre os serviços sociais e o colégio têm sido uma das chaves para os bons resultados e como esta colaboração nos tem permitido, enquanto escola, ter uma visão holística face às características dos alunos migrantes e refugiados. Fundação salesianos na conferência Desafios e boas práticas na integração de pessoas migrantes em Portugal No passado dia 8 de fevereiro, teve lugar na Fundação Cidade de Lisboa a conferência Desafios e boas práticas na integração de pessoas migrantes em Portugal que se insere no projeto europeu EPIC (European Platform for Integrating Cities), e através do qual se pretende refletir sobre os diversos desafios de integração da população migrante na sua respetiva cidade de acolhimento. Neste contexto, a Fundação Salesianos foi convidada para dar o seu testemunho no painel que tinha como tema: Iniciativas para a integração de pessoas migrantes na educação. Nesta representação, estiveram a Dr.ª Helena Domingues do projeto SOLSAL e o professor Nuno Oliveira do Departamento de Psicopedagogia e Necessidades Educativas (DPNE) dos Salesianos de Lisboa. Através dos diversos testemunhos e projetos apresentados foi possível compreender melhor a realidade dos migrantes e refugiados que se encontram em Portugal em domínios como o emprego, a habitação, a saúde e a educação. É maravilhoso ver como tantos entregam a sua vida a esta causa e como, perante um sem fim de dificuldades, não deixam de acreditar. Da nossa parte, procurámos mostrar como o trabalho colaborativo entre os serviços sociais e o colégio têm sido uma das chaves para os bons resultados e como esta colaboração nos tem permitido, enquanto escola, ter uma visão holística face às características dos alunos migrantes e refugiados. Mostrámos como compreendemos a necessidade de ver a pessoa inteira e que não podemos isolar o ato educativo do contexto de cada um. Deste modo, sublinhámos a importância de termos uma abordagem bioecológica. Com o nosso contributo, procurámos deixar claro que o que desejamos é a inclusão dos migrantes e refugiados e que, embora, a boa vontade, coloque muitas vezes como sinónimo a expressão integração este é um conceito bem diferente. Na linha do que expressámos até aqui, e depois da experiência vivida nesta conferência, arriscamo-nos a dizer que a escola é, porventura, o sítio onde a consciência do processo de inclusão é mais amplo e profundo e como este é ainda visto como utópico em muitos domínios da sociedade. Contudo, com esta leitura, não pretendemos, de modo algum, considerar como melhor a atuação da escola face a estes, mas sim, reforçar a nossa responsabilidade para continuarmos a levar por diante a construção de um mundo verdadeiramente inclusivo. Helena Domingues e Nuno Oliveira