| Quatro ideias; quatro autores |

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| Quatro ideias; quatro autores |A educação a que chamamos integral (se porventura houver educação que não seja integral) procura desenvolver em harmonia todas e cada uma das dimensões essenciais da pessoa. Estas dimensões são inseparáveis e só mentalmente se podem distinguir, uma vez que se encontram unificadas na pessoa. Roberto Carneiro clarifica esta ideia: “A formação da pessoa total não é compatível com a sua arbitrária segmentação – cognitiva, ou afetiva, intelectual ou manual, corporal ou espiritual – e nem sequer com uma categorização reducionista traduzida na condição de aluno. O aluno é acima de tudo pessoa, titular de direitos e deveres, em busca de uma educação pessoal e social, assente na liberdade e na solidariedade, e suscetível de ajudar a encontrar um sentido para a vida” (Carneiro, 2001: 121-122). 

Estas preocupações estão presentes e explícitas nos projetos educativos da grande maioria das nossas escolas. Estarão, no entanto, igualmente explícitas no desenho curricular, nas planificações, nas atividades, nas formações, nos dispositivos implementados, nas relações entre as pessoas que habitam a escola? “O espantoso sucesso da educação finlandesa deve-se não apenas à sábia construção tecnocrática: está também em parte ligado a uma língua, a uma cultura, a um povo que faz do desenvolvimento do ser humano integral o objetivo da educação” (Robert, 2010: 36).

Cada pessoa, cada aluno encerra dentro de si uma imensidão de possíveis que aguardam olhares atentos, capazes de os despertar, confrontando-os com o potencial e os seus limites. “[…] cada pessoa já é detentora de um saber e deve poder continuar a aprender a desenhar a sua história, num ambiente aberto, de confronto com os outros, de estímulo e de re-conhecimento” (Azevedo, 2011: 226). 

Nesta linha de pensamento, não se valorizam tanto os resultados escolares do aluno, da turma, do professor ou da escola, mas sim até que ponto esses resultados correspondem ao potencial desse aluno, dessa turma, desse professor ou dessa escola. Cada aluno tem de ser desafiado a desenvolver gradualmente as suas potencialidades, a competir consigo mesmo, a dar o seu melhor, na conquista do sucesso. “O importante não é ser melhor do que os outros, é ser o melhor possível” (Estanqueiro, 2010:16). 

José Morais | Diretor Pedagógico