| Olá, escola! |

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| Olá, escola! |

Recordo-me da primeira vez que te vi.
Tinha 4 anos e usava um bibe cor-de-rosa que a minha mãe, costureira, costurou com todo o primor e amor.

 A minha mãe, que teria 30 anos nesse dia, aparece-me aos olhos da alma, sorridente e de lágrimas nos olhos. Não percebi então o porquê dela me ter dado um beijo a correr e me ter deixado (a mim e às minhas galochas amarelas), em pleno mês de setembro, num pátio enorme, cheio de crianças a sorrir e a brincar. Percebi passados mais de 3 décadas desse instante. Não sei se ela ficou à espreita para me ver. Provavelmente não. Não havia tempo para isso. A costura era difícil e não dava tempo a tristezas…

Olá escola!
Lembro-me do teu cheiro. Do ambiente inconfundível da capela onde gostava de estar. No inverno era quentinho, no verão fresquinho. Ouvia a chuva a cair, o vento a passar, os passarinhos a cantar lá fora e, quando me escapulia por entre os abraços da Irmã Alice, recolhia-me num cantinho junto a Nossa Senhora. Ela era tão bonita! A imagem mais linda que já vi!

Olá, escola!
Deixei-te o meu ramo de flores quando casei e entreguei-te o que de mais precioso a vida me deu.
Apaixonei-me pelos teus corredores, pelas salas, pelas pessoas, pelas crianças e jovens que palpitam em cada dia da tua, que é a minha vida.
Desejo-te quando estou longe, és uma imagem divina quando estás cheia, suspiro por ti quando te sinto incompleta.
Bem-vinda escola! 
Um dia, escrevo-te um poema…

Mónica Henriques | Professora