| A viagem de Hagazita |

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| A viagem de Hagazita |Para descrevermos estes três anos incríveis, decidimos contar-vos uma história. E, como todas as verdadeiras histórias começam com “Era uma vez…”, aqui vai:

“Era uma vez uma menina chamada Hagazita. Esta rapariga era muito tagarela, divertida e sociável, mas também um pouco preguiçosa e irrequieta, visto ter as hormonas todas aos saltos.
Um dia, estava ela a passear alegremente pela vida, quando se deparou com um mundo totalmente novo. Como é que tinha ido parar àquele lugar?

Decidida em sair dali o mais depressa possível, a Hagazita seguiu uma estrada de tijolos amarelos, na esperança de encontrar alguém que a ajudasse pelo caminho.

De repente, por detrás de uma rocha magmática, saltou um leucócito gigante. E o Grande Leucócito tinha um ar tão inteligente, que a Hagazita decidiu perguntar-lhe como encontrava a saída daquele sítio. Este realmente respondeu-lhe, mas não da maneira mais esperada pela menina, pois o leucócito deu-lhe milhões de indicações, deixando-a completamente tonta. “Está claro o conceito?”, perguntava ele de quando em quando. E sempre que a rapariga acenava negativamente com a cabeça, imensamente confusa, vinha o típico “Oh, sorte!” do leucócito, seguido de mais uma palestra gigantesca. No entanto, o poderoso senhor estava com muita pressa, por isso, ao olhar para um dos seus mini Ipads, despediu-se rapidamente e desapareceu no meio do ar.

A Hagazita continuou então a andar, porque, apesar de tudo, o leucócito tinha-lhe dado uma ideia de que caminho havia de seguir. Assim, avançou pela estrada de tijolos amarelos, embora às vezes fosse difícil, visto o chão ser muito acidentado.

Pouco tempo depois, apareceu-lhe uma senhora muito baixinha, de ar paciente e voz forte, que lhe disse “Criatura de Deus linda e extraordinária, ainda tens um longo caminho a percorrer, cheio de obstáculos. Porém, todavia, contudo, não te preocupes, porque eu e outros estaremos aqui para te ajudar. Guia-te pela estrada de tijolos amarelos e vai sempre em frente, pois é assim que vais alcançar o teu destino! Até lá, está descansada, que o teu condomínio no Céu só continuará a aumentar…”.

E, sorrindo, a nossa protagonista retomou a sua viagem, tentando não tropeçar em pedras soltas ou ramos caídos.

Durante esta jornada, ela conheceu muito mais pessoas que tornaram tudo mais fácil: uma nuvem esbranquiçada que lhe falou de hemisférios e do quanto as pressões atmosféricas podem alterar o clima; um cavaleiro muito culto que lhe ensinou a História daqueles que tinham andado no mundo muito antes dela; dois duendes que lhe mostraram como falar espanhol e como conjugar verbos em francês; dois peixes e um Rufus, que deram à Hagazita um conhecimento mais aprofundado do inglês; uma árvore caridosa e brincalhona, que lhe deu lições de amor, amizade e moralidade; uma estrela cadente e antiga acrobata experiente que lhe falou do Universo e do quanto os elementos da Tabela Periódica podem ser úteis; um músico e uma atriz maravilhosos que lhe abriram o coração à criatividade e imaginação; duas talentosas pintoras que a ajudaram a manusear um lápis e a utilizar aguarelas e tintas de maneira a criar algo inovador; e até um dragão feminino de três cabeças, que lhe ensinou equações, funções e mil e uma leis matemáticas, mostrando-se sempre paciente com a agitada e faladora Hagazita.

No entanto, ao longo do seu caminho, uma pessoa destacou-se de forma especial, pois a pequena rapariga sempre a teve ao seu lado a dar-lhe um apoio incondicional e constante. Esta ginasta ajudou-a ainda a lidar com os seus maiores problemas e com as suas hormonas aos saltos… O seu nome era Carla Rodrigues e a Hagazita não podia estar-lhe mais agradecida!

Entretanto, por entre todos estes ensinamentos, tropelias e dramas, três anos passaram a correr e, quando deu por si, a menina já conseguia avistar o final da estrada de tijolos amarelos.

As dúvidas começaram a surgir. Para onde iria agora? E quem estaria lá para a ajudar dessa vez? Será que faria as escolhas certas? E todos os que tinha conhecido naquela viagem? Seriam eles esquecidos ou será que ficariam para sempre num cantinho da sua memória e do seu coração?

Mas depressa o nervosismo passou. Pois a Hagazita tinha crescido. E o desconhecido já não a assustava tanto. Era até entusiasmante! Porque algo novo acaba sempre por ser interessante e ela agora já sabia isso.

Então, pegou nos seus novos conhecimentos; despediu-se de muitos a chorar; e, acompanhada por outros tantos, pisou o último tijolo amarelo, rumo à nova etapa da sua vida e pronta para as surpresas e desafios que a esperavam.

E aqui acaba a nossa história.

Obrigado, hagazinhos! E obrigado àqueles que tiveram paciência para nos aturar e que estiveram ao nosso lado durante este tempo todo, porque, sem vocês, nunca teríamos conseguido!  

Turma do 9H