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| Projeto Histórias da Mentira e da Verdade |Desafio da Mentira e da Verdade 

Tudo começou com uma ideia idealizada pelas professoras Catarina Miranda e Joana Oliveira.

O 2.ºC leu uma história, a História da Verdade, com a professora Joana e, a partir dela, fizeram ilustrações. 

Num dia normal de aulas, enquanto fazíamos o Bom Dia, a turma do segundo C entrou na nossa sala e propôs-nos um desafio. Nós ficámos intrigados pois não sabíamos do que se tratava. A professora Catarina explicou-nos que teríamos de fazer um texto a partir das ilustrações do 2.ºC e criaríamos a História da Mentira.

Começámos a trabalhar no texto de imediato. Ideias para aqui, ideias para acolá e, aos pouco e poucos, o texto ia nascendo. Este trabalho levou algumas semanas e foi realizado em três aulas de português. Não foi fácil mas valeu a pena, pois criámos uma bela história.

Quando acabámos, as professoras combinaram o dia da apresentação. 

Foi no dia 18 de maio, que nos deslocámos à sala do 2.ºC. Lemos a nossa História da Mentira e depois eles apresentaram-nos a História da Verdade, que era o conto de Um lobo culto.

Curiosamente, depois de discutirmos as diferenças, verificámos que as histórias eram parecidas, graças às ilustrações dos nossos afilhados e à nossa escrita criativa.
Todo o tempo dedicado a fazer o texto e apresentá-lo à turma do 2.ºC foi muito bem passado!

Laura Silva, Carolina Minchin e Joana Almeida | 4C


A história que criámos:

A curiosidade do Lobo

Era uma vez um lobo, mau e feroz, que vivia perto de uma quinta, onde havia muitos animais.
Uma vaca leiteira pastava a erva fresca no prado da quinta, enquanto que, no galinheiro, uma galinha chocava os seus ovos, na esperança de ter uma bela ninhada. 
O galo cantava alegremente, acordando todos os animais.
O porco rebolava na lama, salpicando tudo à sua volta. E a ovelha saltitava pelo campo verde e viçoso daquela quinta. 
O pato grasnava ruidosamente, à espera que o dono o alimentasse.
Entretanto, o lobo passeava pela floresta, quando avistou, num pequeno charco, um sapo em cima de um nenúfar e disse-lhe:
– Ó sapinho, como te atreves a entrar no meu território?
– Croac… Croac… – coaxou o sapo – Nem te atrevas a aproximar-te! Eu sou venenoso… Se tens fome, vai fazer uma visita à quinta. 
O lobo, decidido e com fome, resolveu seguir o conselho do sapo. Dirigiu-se à quinta e, sorrateiramente, entrou por um buraco que havia na cerca. 
Foi então que viu uma situação muito peculiar: uma senhora distribuía livros pelos animais e estes pegavam neles e parecia que os começavam a ler. O lobo não queria acreditar! 
Ele estava, de facto, faminto mas a sua curiosidade sobre aquele acontecimento foi mais forte. Por isso, decidiu avançar cautelosamente e perguntou-lhes:
– Olá, vocês sabem ler ou estão a fingir?
– Fu-fu-fujam!!! – gritou a galinha, assustada.
Os animais entraram em pânico e desataram a correr em todas as direções. Mas o lobo não desistiu e exclamou:
– Tenham calma! Eu estou muito curioso: vocês conseguem mesmo ler?
– Conseguimos. Porquê? – interrogou a vaca, desconfiada. 
– Precisava de ler um livro de culinária… – respondeu o lobo.
– Sim…Sim… Queres aprender a cozinhar-nos, é isso?
– Não, claro que não. – disfarçou o lobo – Podem ensinar-me a ler?
Os animais, apesar de intrigados com esta atitude do lobo, decidiram ajudá-lo. E marcaram uma aula diária, da parte da manhã, na biblioteca próxima da quinta.
O lobo regressou a casa mas continuava com o estômago vazio e a roncar. Foi então que avistou um javali, que estava ferido. E foi assim que o lobo decidiu terminar com o sofrimento daquele animal e com a sua própria fome.
Na manhã seguinte, à hora combinada, o lobo dirigiu-se à biblioteca. 
A bibliotecária Lili e todos os animais da quinta esperavam-no à porta. 
Inicialmente, a galinha ensinou-lhe as vogais e todas as letras do alfabeto. 
No dia seguinte, a vaca ensinou-lhe os ditongos e, juntando algumas consoantes, conseguiu ler as suas primeiras palavras. 
Durante vários dias, a rotina foi a mesma e, ao fim de algum tempo, o lobo conseguiu ler livros com histórias muito simples. 
Aos poucos e poucos, o grau de dificuldade foi aumentando, a sua leitura tornou-se fluente e entoada, e o lobo conseguiu, finalmente, ler o livro de culinária.
Contudo, sentiu-se angustiado, pois a ideia de cozinhar os animais da quinta, que o tinham ensinado a ler, parecia demasiado egoísta. 
Foi então que, ao consultar o calendário da biblioteca, percebeu que a vaca faria anos no dia seguinte. 
Dirigiu-se ao celeiro, recolheu uma enorme quantidade de trigo, e fez o maior bolo da história. Todos os animais da quinta ficaram estupefactos com a atitude do lobo. A vaca até se emocionou!
E foi assim, que naquele momento, o lobo decidiu tornar-se vegetariano e passou a devorar livros sobre a arte de cozinhar vegetais.
Todas as semanas, encontra-se com os animais na quinta e com a bibliotecária Lili, e prepara-lhes fabulosos manjares.

FIM

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