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Música na 1.ª Infância

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O Musicentro oferece às crianças a partir do nascimento até aos três anos de idade sessões de Música para Bebés com a presença e a participação dos pais; e sessões de Música e Movimento destinada a crianças dos três aos cinco anos. Estas atividades têm, aproximadamente, a duração de 45 minutos e contam com dois professores por cada grupo de crianças.

As sessões são orientadas de acordo com os princípios da Teoria de Aprendizagem Musical para Recém-nascidos e Crianças em Idade Pré-Escolar de Edwin Gordon.

Segundo vários investigadores, nomeadamente Brazelton, Trehub e Gordon, os primeiros meses de vida são determinantes para um desenvolvimento global saudável, capaz de realizar todo o nosso potencial nos diversos domínios cognitivos. Será nesses primeiros tempos de existência que se darão as maiores e mais profundas alterações no cérebro infantil, fruto de predisposições biológicas e/ou de influência do meio permitindo, entre outras, a aquisição das capacidades musicais. Deste modo, Gordon, tal como outros autores, insiste numa estimulação musical precoce. Cantar, fazer ritmos, movimentar/dançar deveriam ser atividades regulares para adultos, bebés e crianças.

Para saber mais consulte a obra Teoria de Aprendizagem Musical para Recém-nascidos e Crianças em Idade Pré-Escolar de Edwin Gordon, publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2008, 3.ª edição, traduzida por Victor Gaspar, professor do Musicentro.
Num ambiente de exposição informal à música, privilegiando o envolvimento dos pais, são propostas sessões com diversidade tonal, rítmica e de movimento, guiando a criança através dos tipos e estádios de desenvolvimento musical da primeira infância.

A aprendizagem musical processa-se de uma forma muito semelhante à da aquisição da língua materna. Nos primeiros meses de vida é fundamental a interação entre a criança e os que a rodeiam. Mesmo sabendo que a criança não responderá, todos estabelecem contacto falando/cantando para ela, como se se tratasse de um diálogo. Com toda esta exposição à linguagem/música, o recém-nascido começa a criar um vocabulário auditivo de sons que será a base para, mais tarde, desenvolver o seu vocabulário oral. Muito antes de conseguir pronunciar palavras ou cantar, a criança tem um vocabulário apenas auditivo cuja riqueza depende da variedade e repetição. Quanto maior e mais rico for o vocabulário auditivo, maior será o seu vocabulário oral e mais sucesso terá a criança, já na escola, na aprendizagem da leitura e escrita da sua língua materna ou da música.

A música deve envolver o recém-nascido com variedade, repetição e improvisação, e a qualidade dessa exposição terá um reflexo imediato no seu vocabulário auditivo musical. O principal veículo desta aculturação à música é a afetividade da voz e do corpo dos que estão mais próximos do bebé, que desempenham o papel dos educadores mais importantes de toda a sua vida.

Será através do canto e do movimento que ouve e observa, que a criança constrói os alicerces dos cinco vocabulários musicais fundamentais para o futuro do seu desempenho musical: Auditivo, Oral, “Audiação”, Leitura e Escrita.

“Audiação” foi um termo cunhado por Gordon para expressar o que o autor entende por “pensar com sons musicais”. Por analogia, “audiação está para a música assim como o pensamento está para a linguagem”. “Audiação” será então a audição e compreensão de música cujo som não está ou nunca esteve fisicamente presente. Não é imitação nem memorização. É por isso distinta da perceção auditiva que implica acontecimentos sonoros imediatos, no presente.
Aptidão musical é o potencial para aprender música. Assim, a realização musical futura do indivíduo depende da maior ou menor aptidão com que nasça. Para Edwin Gordon, o momento de maior aptidão é o do nascimento. Mas na ausência de estímulos adequados esse potencial diminui e/ou é “desviado” para outra área, até estabilizar, ao que parece definitivamente, cerca dos 9/10 anos de idade.
Considerando que a aptidão musical é evolutiva nos primeiros nove anos de vida, e que o momento de maior variação se dá entre o nascimento e os 18 meses de idade, torna-se dramaticamente importante planear uma correta e precoce estimulação. É neste contexto que surge, em 1999, o programa Música para Bebés do Musicentro dos Salesianos de Lisboa.