Finalmente chegou o último ano nesta escola, o ano mais esperado e provavelmente mais temido de todos os anos. Chegou bastante rápido, mais rápido do que eu achava que ia ser. Ainda há uns dias estava a entrar para o 10º ano, como o tempo passa…
As expectativas para este ano eram altas, especialmente porque sempre ouvi os meus primos mais velhos que por aqui passaram também dizer que finalmente iam sair daqui e começar uma nova etapa, mas num tom irónico oiço-os agora a dizer que preferiam estar na escola do que na Universidade ou já a trabalhar… Enfim, as dificuldades de que eles se queixavam estão aqui à porta e agora é a nossa vez de as vivermos e de darmos o nosso testemunho e de nos queixarmos das mesmas coisas aos mais novos.
Agora que me encontro já na última página deste livro de doze capítulos posso dizer que me sinto quase realizada por estar quase a virar a página, sinto-me ainda um pouco perdida no que toca a escolher “o que quero ser quando for grande” pois ainda não decidi definitivamente o que quero seguir no futuro, mas na verdade acho que raros são os que têm plena noção do que querem seguir, e são estes casos raros que deixam os outros alunos ainda mais nervosos do que já estão, mas faz parte. Neste momento a minha única referência para fazer escolhas futuras é o resultado dos Testes Psicotécnicos que fiz no 10º ano, mas mesmo assim este ainda não me dá total segurança.
De uma certa forma acho que ainda não estou preparada para por fim a este percurso porque sinto que me faltam ainda as competências para assumir as responsabilidades que o 12º ano exige, sinto que me falta ainda a parte de ser adulta, sinto que me faltam alguns centímetros por crescer, sinto que não tenho a capacidade para por fim à vida fácil, vida escolar, e dar início à vida universitária, (vida esta em que é cada um por si e as desculpas já não funcionam pois quem acaba prejudicado somos nós e só nós), digo isto tudo porque eu via os alunos que abandonavam a escola no 12º ano e eles para mim eram pessoas adultas, com muita maturidade e sentido de humor à mistura e sentia uma enorme admiração e respeito por estes, e por vezes interrogo-me se os alunos de anos anteriores sentem agora o mesmo que eu senti na altura.
Acho que falo pela maioria quando digo que me sinto uma criança em relação aos alunos que no ano passado estavam no nosso lugar, não que isto seja um aspeto negativo, mas sim uma característica típica dos alunos que passaram para o 12º ano.
Uma grande benesse que este ano nos oferece são as tardes livres, tardes estas que servem para ter mais tempo para estudar e organizar o futuro, mas que por vezes são passadas ou entre amigos ou a descansar. Agora todos os dias parecem sexta-feira, o que ainda me está a fazer uma certa confusão com horários e datas, mas decerto me habituarei tal como todos os que passaram por aqui se habituaram.
Apesar de todas as alegrias e não só que partilhei e guardei para sempre, vou sair da escola com pena por ser o meu último ano e também por ser este ano o único em que não gosto do logótipo da Escola nem do design dos cartões que nos foram entregues no início do ano, enfim, futilidades.
Vou ter muitas saudades de tudo e todos quando este último capítulo chegar ao fim,
19 de setembro de 2017
Rita Guedes | 12ºH1