| Santa Maria: morada e testemunha |

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seala_27_03Às dez e meia do dia 8 de Abril, data da nossa chegada, o grupo de finalistas dos Salesianos de Lisboa sentiu por fim no rosto a brisa noturna e cálida da Ilha do Sal. A noite cerrada que nos recebeu no aeroporto escondia a paisagem envolvente, mas o entusiasmo e ansiedade eram tais, que o facto foi prontamente ignorado, pensando já todos sem exceção nos planos para as primeiras horas de férias.

Santa Maria, uma vila do extremo sul da ilha, foi a nossa morada na semana que vivemos em Cabo Verde. Santa Maria foi também testemunha das nossas aventuras, experiências e loucuras. Os números não os tenho certos, mas creio que a centena e meia de alunos desta escola que partiu naquele sábado dia 8 de Lisboa não regressou igual à cidade que os viu descolar para terras cabo-verdianas. Nasceram novas amizades e cumplicidades, renovaram-se espíritos e perspetivas: de dia sob o calor tórrido da praia, em mergulhos, partidas de raquetes e rodadas; à noite, nos bares e nas ruas, entre imperiais, abraços, conversas e danças pela madrugada dentro (o olhar atento e a companhia fiel dos professores não foram esquecidos e por isso deixo um agradecimento especial).

Viajar é uma oportunidade de conhecer melhor pessoas com as quais nos cruzamos diariamente nos corredores  do colégio, sejam amigos próximos, sejam aqueles que se ficam pelo tímido bom-dia no pátio. No fundo, foi esse grande privilégio que marcou e marcará o nosso percurso. Penso que não peco se disser em nome de todos que foi a saudade sobretudo que deixámos por último na despedida, uns dormindo, outros de olho meio aberto, nos autocarros que nos levaram ao aeroporto da ilha do Sal.

António Vaz Pato | 12 T2