“Um sentimento que tentei traduzir – Festa de Natal do Secundário 2024”

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Gonçalo Carrondo

Nos últimos meses, a minha vida deu uma grande reviravolta. Posso dizer que participei num grande evento, no qual nunca havia sonhado fazer parte. No início, era apenas uma ideia que, na nossa cabeça, não passava de um projeto impossível e completamente revolucionário, saía radicalmente do formato dos últimos anos. Contudo, ao longo de toda esta saga, o nosso objetivo foi sempre um e um só: incluir todos os alunos e fazer deles as estrelas deste evento, que transmite uma parte importante da imagem, trabalho e componente artística desta casa aos encarregados de educação, administração e aos próprios alunos.

Como era de esperar, esta produção tornou-se numa família que conviveu constantemente nos últimos meses à roda de guiões, mesas de jantar, nos auditórios e atrás de computadores (sim, mesmo com um ataque informático, conseguimos levar este sonho até ao final). Às tantas, todos nós andámos num êxtase e numa correria atrás de peças de vestuário, alunos para o elenco, listas e adereços, que não passariam pela cabeça de nenhum de nós quando regressámos das férias de verão. De facto, quando chegámos em setembro, a primeira frase que ouvi da professora Mónica Henriques foi: “Preciso mesmo de falar contigo no final da aula, tenho um pedido para te fazer!” e, de imediato, respondi: “Eu nem preciso de saber o que é! Conte comigo!”. Agradeço todos os dias pelo que disse e por ter conseguido convencer esta equipa a participar, discretamente, numa das cenas que mais impacto teve na peça.

Com a chegada do mês de novembro, começaram os ensaios de turma, tudo o que estava no papel tornou-se realidade. Agora sim, o desafio começava. Coreografias, roupas, trabalhos, todo um novo mundo com o qual nunca pensei trabalhar na minha vida, já que até estou no curso de ciências… Contudo, esta mudança trouxe uma nova dinâmica à minha rotina, para além do meu horário letivo, passei a decorar os horários dos ensaios aos quais poderia assistir e dar uma ajuda. Nunca estive tão organizado e com o tempo tão bem contado, dividindo o palco com o académico.

No início de dezembro, já estava o pavilhão montado. Os ensaios passaram a correr! Conheci diversas turmas fantásticas, as quais não deixei de elogiar. Agora sim, estávamos prontos! Os nossos meses de outubro e novembro resumiram-se numa tarde só, recheada pela magia do Natal e espírito de grupo, como um só colégio, ciclo e turmas. As duas noites que passámos a trabalhar foram longas, mas o resultado final foi incrível, esta festa de Natal do secundário, foi, realmente, um acontecimento que nos comoveu e moveu a todos como escola. No final deste ano, disse-me a professora Mónica: “Sabes, nem demos por este primeiro período passar por que nos divertimos imenso!”.

Para além disso, é, ainda, de extrema importância fazer referência ao esplêndido elenco, composto por membros dos três anos do secundário e antigos alunos, com o qual pudemos sempre contar. Este grupo deu vida às personagens criadas nas cabeças dos professores Mónica e Luís Henriques. Efetivamente, fizeram um grande trabalho e, apesar de no início ter ficado assustado e com dúvidas, fizeram com que esta experiência se tornasse ainda mais enriquecedora. Adorei conhecer-vos e trabalhar com cada um de vocês e espero que se recordem deste grande evento e que saibam que podem sempre contar comigo e com a produção! Para quem virá para o ano, tenho só um pedido, que ponha em prática uma ideia que, certamente, surgirá e parecerá impossível, sempre com entusiasmo e força de vontade.

De igual modo, não posso deixar de mencionar todos os colaboradores desta casa, que ajudaram a pôr os nossos planos em prática e se mostraram sempre com grande disponibilidade. Gostaria de agradecer especialmente às alunas de artes que apoiaram de forma ativa o processo de caracterização do elenco, aos técnicos que se encarregaram da montagem e preparação do pavilhão, à Tatiana e à Carla por todo o apoio nos auditórios e à administração. Não poderia, também, esquecer as professoras Ana Cabrita, Celeste Vinhais e Inês Neves pela ajuda, no que tocou ao guarda-roupa e adereços da nossa peça, e, principalmente o professor Nuno Oliveira, pelo seu trabalho exímio e visionário, representado na magnífica seleção de todas as peças de vestuário, pela sua grande disponibilidade e carisma que sempre animou os nossos ensaios e a “living room”.

Por fim, gostaria de deixar um agradecimento muito especial ao casal Henriques que tiveram um sonho e tal como o nosso grande Pai e Mestre dos jovens, colocaram-no em prática, confiando em nós, produção, e em Nossa Senhora.

Para concluir, deixo alguns dos ensinamentos que esta experiência me transmitiu: Devemos ter paciência e parecer o mais calmos possível, mesmo que a situação seja desastrosa; temos que aprender a confiar nos outros; por vezes, quando chegada a hora, as pessoas conseguem surpreender-nos.

Agora sim, penso que encerro este capítulo da minha vida que tanto me marcou e que consegui traduzir todo este sentimento por parte deste fantástico elenco e produção da forma mais simples e direta que consegui: “Mónica, é isto!”.

Gonçalo Carrondo 12.ºT1