“O mundo inteiro é um palco”

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seara-19-palco“O mundo inteiro é um palco”, disse o grande dramaturgo inglês William Shakespeare, e eu concordo com ele, porque, ao longo da nossa vida, pensamos de forma diferente, vivemos de forma diferente, agimos e sentimos de forma diferente.

Em cada fase da nossa vida somos uma personagem nova do mesmo ser; para além disso, nós não agimos da mesma forma com todas as pessoas, havendo um outro nosso lado, uma outra nova personagem. 

Atualmente, parece que atuamos sempre que entramos numa rede social, ou cada vez que não queremos que uma pessoa perceba que estamos tristes ou felizes. Por isso, sim, “O mundo inteiro é um palco”. Digo tudo isto com a minha visão de adolescente, de estudante, de amiga, de filha, pois todas as atuações têm como fim agradar aos outros, mas nem todas têm consequências negativas.

Eu, por exemplo, já fingi não ter feito algo para não aborrecer os meus pais ou para não os preocupar; porém, também já fingi não ter feito algo para outras pessoas não troçarem de mim. 

Sei que faz parte, sei que é normal. Todavia, senti-me bem a ser essas duas personagens? Não! Porque o ser humano tem um e apenas um cérebro, ou seja, uma e apenas uma pessoa, e, agora sim, falo de um ser, de alguém que sente e que sofre, de alguém que não nasceu para atuar, mas, por impulso, o faz.

Toda a gente diz “Mostra-te e não tenhas vergonha de o fazer”; contudo, quando é que isso foi verdade? Quando é que alguém se sente bem a ser criticado, dado que essa é uma rua sem saída? Podemos ignorar, porém, lá no fundo, temos a noção de que há pessoas que não gostam de nós e, se queremos viver e não sobreviver, se queremos aproveitar cada respiração que completamos, não é nessas pessoas que tem de estar o nosso foco, mas sim em todas as outras coisas que temos e que nos permitem desfrutar daquilo a que a sociedade chama de vida.

“O mundo inteiro é um palco”, esta é uma frase declarativa, um facto que Shakespeare anunciou e, porque é normal nós fazermos do planeta um palco, vai continuar a ser verdade. Isso não é bom, não é mau, mas peço-vos para não levarem a vossa avante em função dos outros, porque a nossa vida, para além de ser só uma, também somente uma pessoa a pode viver.

Constança Vasconcelos | 7.º C