O que nos dizem os livros…

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Laura de Wit

Chegados àquele momento do ano em que os alunos apresentam à turma o livro lido no âmbito do Projeto de Leitura, partilhamos alguns textos para vos inspirar e convidar à leitura…

A obra Mulherzinhas foi redigida por Luísa May Alcott, natural da Filadélfia e nascida a março de 1888 neste mesmo local. O livro explora a vida de quatro irmãs, Meg, Jo, Beth e Amy, que se tornou mais complicada após a partida do seu pai para a guerra, uma vez que as mesmas ficaram sozinhas com a mãe. Assim, a obra é um retrato vívido das suas aspirações, lutas pessoais e relacionamentos pois, apesar dos seus feitios muitos distintos, tiveram de aprender a lidar umas com as outras e com a mãe.
Efetivamente, uma das grandes virtudes da obra Mulherzinhas é a maneira como Alcott apresenta personagens complexas e distintas, cada uma com as suas próprias forças, fraquezas e sonhos. Um exemplo disto é Jo que se destaca por ser uma figura moderna para a sua época, sendo uma mulher independente, intelectual e cheia de ambições fora das convenções da sua sociedade.
Adicionalmente, é também de grande destaque a maneira como este livro trata as expectativas sociais sobre as mulheres. De facto, embora as irmãs mostrem grande independência e força, a obra demonstra a tensão entre o desejo de realizar sonhos pessoais e a pressão para se dedicar aos papéis tradicionais de esposa e mãe. O mesmo é visível, por exemplo, em Jo, que precisa de aceitar a ideia de que a sua felicidade só será alcançada ao aceitar um papel tradicional de esposa.
Concluindo, a obra Mulherzinhas é um clássico que apresenta personagens ricas e multidimensionais, mas também nos faz refletir sobre as limitações sociais impostas às mulheres no século XIX. A obra é simultaneamente uma celebração das complexidades da vida feminina e uma crítica subtil ao conformismo das expectativas sociais da época, sendo, por isso, um retrato de como o crescimento pessoal pode ser tanto um ato de afirmação quanto de sacrifício.
Laura de Wit, 11.º H2