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seara-18-lisboa“No primeiro dia das aulas não presenciais da disciplina de Literatura Portuguesa, do terceiro período, a partir de um vídeo de Lisboa com a declamação do recente poema de Manuel Alegre, foi solicitado aos alunos que escrevessem sobre um de três temas: “Lisboa”, “os tempos de pandemia que se vivem” ou “o primeiro dia de aulas não presenciais síncronas”. Na sequência desta atividade, surgiram vários textos. O primeiro contributo literário é do António Costa.”

Professora Joana Branco

Lisboa

Oh Lisboa,
Como parar de te amar?
A tua improvável génese que me surpreende,
apaixona,
cativa,
motiva,
e dá razões para sorrir.

Trazes toda uma nova dimensão à minha vida.

Enamoro-me vezes e vezes sem conta
num romance que nunca terá fim.

Agora que não te vejo,
não te beijo,
mais que nunca te desejo,
sinto um desesperante vazio,
fico ofegante.

Quando me viro para ti em procura de resposta,
vejo-te perdida e nua,
à procura de mim,
e do meu terno abraço.

No passado, foste descrita como prisão,
hoje, falo de ti como exemplo de liberdade,
quando, nas tuas ruas,
Sinto-me parte da tua heroica história.

Imponente e meiga.
Assim te conto.

Em cada casa edificada sobre o teu jocoso solo,
vejo uma história, uma paixão que te enaltece,
faz-me sentir cada vez mais aficionado,
por todos os teus irregulares e portentosos traços…

Viste o erguer do Império e o cair do Empório,
Testemunhaste o nascer do reino e tanto, tanto mais,
Lisboa ou Olisipo, irei tratar-te até que chegue a minha hora.

Até lá, amar-te-ei sempre.

Obrigado, Lisboa.

António Guedes de Sousa (António Costa, 11H1)