Inovação e inclusão

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seara-13-inovacaoHá 11 anos que é assim… 
Uma questão central para a Educação Inclusiva é a inovação. “Inovação” é um chavão que muitas vezes é evocado, mas muitas vezes também com significados e contextos diferen- tes. Deixaria aqui 3 breves reflexões: A primeira é para falar da imprescindibilidade da inovação. É habitualmente citada a frase atribuída a Albert Einstein que “Se fizermos as coisas como as fizemos até agora, obteremos os resultados que temos obtido até agora”. 
Ora, o certo é que a nossa escola não foi cria-da para ser inclusiva… Estamos, em tempos mais recentes, a procurar mudar a escola para que ela se possa tornar numa estrutura que ”eduque todos, com todos” numa instituição que “não deixe ninguém para trás”. Se assim é, temos que mudar muita coisa nos valores e nas práticas da escola. 
O segundo aspeto diz respeito à abrangência da inovação. Vemos que muito frequentemente a inovação é algo de parcial, algo de circunscrito a um tempo e a um espaço. Darei exemplos: “as salas de aula do futuro” (e as outras permanecem no passado?), aquelas iniciativas em que num dia na escola tudo se passa diferente. Estas conceções de inovação acabam por disseminar a ideia que o normal é estar como se está e o excecional é fazer algo de diferente. É uma perspetiva que não ajuda muito a Educação Inclusiva… 
Por fim devemos pensar que se alguém devia ser considerado prioritário para ser incluído em projetos inovadores, são certamente os alunos com pior aproveitamento académico e mais vulneráveis a situações de marginalização, insucesso ou exclusão. Tantas vezes usa- mos a inovação como um prémio para os alunos que já são bons que nos esquecemos que os alunos que mais poderiam beneficiar de práticas inovadoras são precisamente os que têm mais dificuldades. 

David Rodrigues
Presidente da Pró-Inclusão/ ANDEE