Memória e Aprendizagem

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seara-10-memoria-aprendizagemUm homem foi trabalhar como lenhador para as montanhas. No primeiro dia, cortou a madeira sem parar, com muito empenho e energia. No segundo, dedicou-se à tarefa com igual vigor, mas não conseguiu derrubar tantas árvores. O seu rendimento baixou mais ainda no terceiro dia, apesar do seu elevado esforço. O trabalhador começou a desanimar, especialmente porque reparou que um colega seu, que fazia mais pausas e não cortava lenha tanto tempo seguido como ele fazia, tinha resultados muito mais constantes. O capataz, percebendo o desalento do lenhador, perguntou-lhe:

— Quantas vezes afiaste o machado?
Nesse momento, o homem percebeu o segredo do companheiro: sempre que fazia uma pausa afiava a lâmina e tornava o seu trabalho muito mais eficaz.

O lenhador percebeu que havia estratégias que lhe permitiam tirar mais partido do seu trabalho. O mesmo se passa com a memória. Conhecer os seus mecanismos de funcionamento torna-se assim essencial para que a possamos rentabilizar e utilizar ao serviço do processo de aprendizagem. A memória é a capacidade de convocar os conteúdos aprendidos, que são armazenados para serem utilizados em situações posteriores. A aprendizagem ocorre numa viagem de vaivém entre a memória de curto prazo e a memória de longo prazo. A primeira apresenta uma possibilidade limitada de armazenamento da informação, que é retida somente por alguns segundos. Esta capacidade pode ser, contudo, aumentada, se os itens forem agrupados. No entanto, é a memória a longo prazo que nos permite recordar uma grande quantidade de informação durante extensos períodos de tempo. Trata-se de um inesgotável arquivo, que se baseia na repetição e organização por categorias, cujo funcionamento importa, por isso, conhecer.

Alguns conselhos:

A organização é o motor da aprendizagem. A retenção da informação é potenciada pelo agrupamento dos dados por categorias. Assim, podemos destacar algumas estratégias favoráveis à memorização.

1. Identificação de palavras-chave nos textos.
2. A representação da informação por esquemas.
3. A realização de resumos e fichas sobre conteúdos a reter.
4. A reescrita ou reconto das aulas, a partir das ideias essenciais.

Em casa, com estratégias diversificadas, o aluno deverá consolidar os saberes. É importante que o aluno reempregue os conhecimentos obtidos na escola noutros contextos. Em família, poderá visionar documentários, discutir pontos de vista, utilizar as novas tecnologias, enriquecendo assim os conceitos apreendidos com diferentes facetas da mesma realidade. 

A escrita favorece a aprendizagem. Utilizar a escrita, para além de ajudar a organizar e reter a matéria, favorece a aquisição da ortografia e amplia o vocabulário da criança. As mnemónicas facilitam a aprendizagem. A criação de mnemónicas é um processo divertido para as crianças que ajuda a memorizar os saberes. 

As emoções são os grandes filtros da memória. No fim da vida, as grandes lições que tirámos, os grandes princípios que registámos são sempre aqueles que a emoção não deixou apagar. Por isso, no momento da aprendizagem, não se esqueça do essencial: fica gravado tudo aquilo que nos marca, que nos seduz.

JMA