Ricardo Mendes Aquela “pequena casa”, descrita como um “barracão”, viria a tornar-se a primeira obra dos Salesianos e, hoje, um local visitado por tanta gente de todo o mundo. Nunca é de mais relembrar como de algo tão pequeno, com a força de um sonho, e por vontade de Deus, nasceu uma obra tão grande. No “bom dia” desta semana com o Secundário, foi bom recordar como Dom Bosco foi avançando no seu sonho. Sem dúvida que um dos momentos mais marcantes nesta sua caminhada foi a transferência do oratório para a pequena casa do senhor Pinardi, em Valdocco (Turim). Aquela “pequena casa”, descrita como um “barracão”, viria a tornar-se a primeira obra dos Salesianos e, hoje, um local visitado por tanta gente de todo o mundo. Nunca é de mais relembrar como de algo tão pequeno, com a força de um sonho, e por vontade de Deus, nasceu uma obra tão grande. Deixo-vos a mensagem do Reitor-Mor aos leitores do Boletim Salesiano, escrita no dia 12 de Novembro de 2020, que descreve aquele momento: «A sua primeira sede estável era na casita propriedade de um tal Senhor Pinardi. Não toda a casa, entendamo-nos, só um barracão baixo apoiado no muro a norte e um patiozinho de terra batida. O mundo não sabia de nada, mas ali estava a nascer uma obra hoje conhecida em todos os países do mundo. Turim é uma cidade nobre e ordenada, mas aquele local era desgraçado, apesar de o horizonte dos Alpes próximos o enobrecer um pouco. Aquele local chamava-se Valdocco, segundo uma etimologia que historiadores e estudiosos nunca conseguiram decifrar totalmente. Era húmido e coberto de silvas. As poucas casas em redor eram geralmente de má reputação, moinhos, um cemitério pouco distante. Os bairros elegantes e abastados eram mais em baixo, para lá de uma saída que fazia quase de vedação. Precisamente aqui chegou aquele jovem padre que não possuía nada de bens materiais, nem sequer um hábito decente. Mas que um dia corria, gritando: «Coragem, meus filhos, temos um Oratório mais estável do que no passado; teremos igreja, sacristia, salas para as aulas, lugar para o recreio. No domingo, no domingo, iremos para o novo Oratório que é além na casa Pinardi». Domingo era Páscoa 12 de abril de 1846. Ao entusiasmo dos rapazes, Dom Bosco uniu a sua normalidade, a sua fantástica força realizadora, como narra uma testemunha: «durante a semana tudo se transformou. Chamaram-se operários para escavar, pedreiros para demolir e construir muros, carpinteiros para fazer pequenos palcos, e não bastando o seu trabalho, nele lançaram mãos Dom Bosco, o Teólogo Carpano, os rapazes e o antigo proprietário». Não era bonito nem se encontrava em bom estado aquele barracão! Mas Deus parece ter uma predileção pelas barracas e pelos estábulos.» Diácono Ricardo Mendes | Coordenador da Pastoral