São Miguel, 27 de fevereiro a 3 de março
Alunos de Geografia A – 11.º ano de escolaridade
Desafio… Assim começou a organização da presente saída de campo.
Da partilha do gosto pelas ilhas verdejantes dos Açores à constituição da equipa de trabalho, com o intuito de proceder à organização das diferentes atividades, foi um passo. Empenho, motivação e satisfação foram características presentes em cada momento da sua planificação. Foram vários os meses de trabalho, muitas as possibilidades de percurso mapeadas, inúmeros os orçamentos pedidos e outros contactos estabelecidos.
Sendo a Geografia uma ciência de charneira, muitas eram também as questões que levávamos na algibeira: Culturas de ananás e chá – temporárias ou permanentes? Como é aproveitado o potencial geotérmico da ilha? Que medidas estão a ser implementadas com vista à promoção do turismo sustentável? Quais são as novas oportunidades capazes de promover esta região ultraperiférica? Qual é o peso assumido pela agricultura e pela pecuária na região? Como tem sido feito o combate às pragas nas pastagens? Qual a principal origem da eutrofização das águas das lagoas? Que papel tem sido dado ao planeamento e ordenamento do território face à elevada sismicidade, vulcanismo ativo e riscos de deslizamentos de vertentes? E por que não procurar a resposta a todas estas (e outras) questões in loco?
Assim, o campo, enquanto laboratório de eleição dos geógrafos, foi o objeto de estudo constante. Ora vejamos:
• 1.º dia – 27 de fevereiro – visita à plantação de ananases Augusto Arruda, sita na Abelheira, Fajã de Baixo – uma referência no turismo açoriano;
• 2.º dia – 28 de fevereiro – visita de dia inteiro às Furnas, fábrica de chá Gorreana, Caldeira Velha e Lagoa do Fogo, com almoço de cozido das Furnas.
No Parque Terra Nostra, enquanto uns se deliciaram na piscina de águas férreas, onde a água apresenta uma temperatura que ronda os 37º-40ºC, outros aproveitaram para apreciar a flora endémica típica e a vegetação característica e proveniente de outros pontos da superfície terrestre;
• 3.º dia – 1 de março – passeio pedestre da “Mata do Canário” até à Lagoa das Sete Cidades e visita à Universidade dos Açores.
As condições atmosféricas que se fizeram sentir, não permitiram visualizar a Lagoa das Sete Cidades, nem concluir a caminhada que havia sido encetada. Deste modo, o regresso ao hotel foi seguido de um banho de água quente e o período da tarde contou com uma visita à Universidade dos Açores, com direito a algumas exposições teóricas e demonstrações práticas. O contacto com os investigadores que melhor conhecem a realidade física micaelense foi bastante enriquecedor;
• 4.º dia – 2 de março – visita de dia inteiro à Gruta do Carvão, Observatório Vulcanológico e Geotérmico e Central Geotérmica da Ribeira Grande.
Considerando que, no dia anterior, as condições atmosféricas adversas não permitiram visualizar a Lagoa das Sete Cidades, o dia terminou com um regresso ao miradouro da Vista do Rei;
• 5.º dia – 3 de março – passeio livre pelas ruas de Ponta Delgada e visita ao Mercado da Graça.
Tendo em conta a agitação marítima, os alunos interessados não puderam realizar a atividade de observação de cetáceos, tendo alguns optado por um passeio de tuk tuk.
À chegada a Lisboa, ainda que o cansaço estampado nos rostos de quem muito percorreu fosse visível, estava patente a satisfação de quem muito conquistou e aprendeu.
A concretização de iniciativas e ações como esta, procuram sempre estimular importantes valores nos nossos alunos, tais como o sentido de responsabilidade, a curiosidade, a partilha, a cooperação, as relações interpessoais, o espírito crítico, a promoção da cidadania, o respeito e atitudes de autonomia na realização de trabalhos de campo – valores tão prezados nos Salesianos de Lisboa.
Esta foi a 1.ª Edição!
Manuel Carlos Gomes
Vânia Morais