Bright…bright…Bright…Ah! Já sei… “always look the bright side of life, ti, ti ri, ti ri ti…” E, de imediato, começo a trautear a célebre música dos bravos Monty Python. Aquela palavrinha é como um gatilho para o meu cérebro que (vá-se lá saber por que razão), logo, de imediato, adquire vida própria, incontrolada, e se recorda do momento em que terei feito uma aprendizagem de uma versão discrepante do humor britânico (ou, mais propriamente, a capacidade de rirmos de nós próprios); momento esse que foi associado a uma emoção delirante e, posteriormente, impresso na alma! Ah! É daquelas “impressões digitais” que fica e nunca mais se apaga. Se faz parte da “tribo Monty Python” é porque também terá estado sujeito ao poderoso estímulo discrepante que é aquele humor e, tal como eu, terá rebolado a rir pelo chão.
Por que razão começo este artigo com este assunto? É simples. Acabo de exemplificar a aprendizagem de algo a que atribuí significado, que me envolveu emocionalmente até ao íntimo, mobilizou o corpo e a alma e ficou… para a recordar sempre que surge uma oportunidade. Dito de outra forma, estou a falar do processo de aprendizagem.
Como aprendemos? É tão simples como a experiência que acabo de descrever: aprender envolve o corpo e a mente; envolve as emoções e as funções executivas; os circuitos límbicos (onde está uma certa amígdala que distingue se devo fugir ou ficar, e o hipocampo que o confirma) e os circuitos atencionais, por exemplo. Como é que eu recordo algo décadas volvidas? O processo também é simples: a mensagem foi construída de forma discrepante e suscitou curiosidade, captou a atenção e manteve-a sustentada por longo período de tempo; foi envolta com as certas emoções e produziu fortes sensações corporais inesquecíveis; foi padronizada ao longo de vários filmes; foi compreendida e foi-lhe atribuído um significado; e foi arquivada na memória de longa duração.
Ou seja, se está a pensar como aprender ou como fazer aprender, a fórmula é simples e ficou, no geral, gravada no parágrafo anterior. Mas se quer saber como construir um tal sistema? Pois, eu direi que esta é a minha novam profissão, depois de ter passado por um processo de reskilling e de upskilling.
Por acaso conhece a “Escola do Futuro”? Converse com Ana Rita Pereira (Microsoft). E convido-o a “googlar” com algum tempo e a recostar-se numa confortável poltrona, porque irá descobrir um mundo que não sonhava existir. Se eu puder dar uma dica, encoraje-se e procure a revolução emergente na área da medicina, com a aplicação da realidade virtual ao estudo da anatomia, do doente, e da cirurgia.
Sabemos que o melhor ainda está para vir. Então, preocupemo-nos com o aqui e agora, e imaginemos, em conjunto, um modelo de escola que seja a fusão de um museu vivo com um laboratório experimental e digital! Uma escola onde os meios disponíveis aliem o corpo (escrever à mão e computador), mente (pensar e imaginar com a realidade virtual e aumentada), emoção, cibernética, robótica…
Exemplificando, imagine estudar a antiga Roma com óculos especiais e acompanhar os romanos lado a lado, sem sair do lugar, ou estudar o corpo humano como se ele estivesse vivo! E ainda estudar geografia ou o círculo trigonométrico com realidade aumentada? A excitação e curiosidade que não seria! Pois, aprender é tão somente isto. E as neurociências podem ajudar. Quer saber mais? Numa próxima oportunidade… com algumas soluções.
Por Mónica Rodrigues, VP Leadership Program da PWN Lisbon
Este artigo foi publicado na edição de Fevereiro da Human Resources