| Celebrar e refletir |

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| Celebrar e refletir |14.00h do dia 29 de maio de 2018. Recebo com prazer a Madalena Filipe, aluna do 11º T3, a professora Sónia Dias, sua professora de Biologia e Geologia e o professor Paulo Miranda, coordenador de departamento. Sorrisos, porque o motivo é celebração.  A Madalena traz consigo o troféu conquistado em Estremoz no passado fim-de-semana com a seguinte inscrição: ESCOLA VENCEDORA Olimpíadas Portuguesas de Geologia 2017/2018. O outro troféu, com o nome dela, está guardado envolto de orgulho, em sua casa. Os três alunos vencedores desta edição irão representar Portugal nas International Earth Sciences Olympiads, de 8 a 17 de agosto, na Tailândia. Parabéns, querida Madalena!

Agrada-me o constante questionamento da realidade, das (in)certezas e das (in)verdades que se vivem e transmitem, numa busca de respostas que possam iluminar novos caminhos e abrir novas possibilidades que permitam edificar uma escola mais atenta às particularidades e diferenças de cada pessoa e de cada aluno. “Solo cuando se formulan preguntas se pueden buscar respuestas. Hay que hacerse preguntas constantemente. Hay que poner en tela de juicio lo que se hace en la escuela. Hay que cuestionarse lo que parece claro e indiscutible” (Guerra M. A. 2013:128). 

Ancorado no sentimento que brotou daquele encontro de educadores com uma aluna brilhante, foi evidente uma vez mais que, em educação, justiça não é igualdade. Justiça é sabermos respeitar e responder às diferenças. Nós, educadores, temos de estar conscientes de que muitos alunos brilhantes “trituram” horas da sua vida na escola a ouvir o que já nada lhes diz. A assistirem a aulas preparadas para um aluno médio, que não existe. Deixo, por isso, um enorme louvor aos educadores que proporcionam a estes alunos vivências que vão muito para além das barreiras da sala de aula, da fragmentação do currículo, do espartilho dos programas, e que se esforçam diariamente por aproveitar ao máximo o potencial de cada um, transformando a aprendizagem num desafio de prazer e não de sofrer. 

Se a professora não estivesse disponível e sensibilizada para este desafio, se a Madalena não fosse incentivada a ir mais longe, continuaria seguramente a ser uma aluna brilhante na sala de aula, mas nunca conheceria o sabor desta conquista nem nunca saberia que é uma das três melhores do seu país. O agosto, esse, continuaria a oferecer-lhe o sol, mas não lhe mostraria a Tailândia e tudo o resto que ela irá viver e que um dia saberá descrever. Com palavras e com vida.

José Morais | Diretor Pedagógico