| Conhecimento ao serviço de bem |

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| Conhecimento ao serviço de bem |Já várias vezes me deparei com a pergunta “Qual é o sentido da vida?”. Alguns dirão 5’-3’, outros responderão que a vida não tem sentido, uma vez que não é uma grandeza vetorial. Porém, eu, apesar de nos momentos iniciais nunca ter sabido que resposta dar a esta voz que me batia à porta, agora, já sei o que dizer: Para mim o sentido da vida é, somente, amar o próximo e aprender.  Aprender para saber sobre tudo um pouco, sobre todas as partes do real, para que, com estes conhecimentos, sejamos capazes de mudar a humanidade, para que sejamos capazes de revolucionar a sociedade, para que sejamos capazes de promover o bem e a felicidade de todos. Esse é o sentido que encontrei para a minha vida: aprender para mudar o mundo com o conhecimento ganho. 

Por isso mesmo, participei nas Olimpíadas da Geologia na fase escolar. Ironicamente, a razão de ter passado às regionais, em conjunto com os meus colegas Edoardo Contente e Maria Pinho, foi por ter nascido em Junho, visto que eu e uma colega empatámos e o critério que usaram para decidir quem passava foi idade. Porém, ainda bem que tal aconteceu, pois acabei por conseguir passar as regionais e chegar à final nacional com mais 23 estudantes! 

Esta fase decorreu durante um fim de semana em Estremoz, uma cidade belíssima onde a calçada das ruas é feita de mármore, qual palácio. Para a fase nacional passaram 5 estudantes de cada região de Portugal, por isso foi muito enriquecedor passar dois dias com rapazes e raparigas de zonas tão diferentes do mesmo país, com personalidades tão diversificadas e com sotaques também (quando voltámos para as nossas casas, uma sopa de sotaques do Porto, da Madeira, dos Açores e de Lisboa escorreu pelas nossas bocas, assustando as respetivas famílias).

Estes dois dias foram muito importantes para mim, já que me encheu de alegria não só conhecer pessoas interessantes e aplicadas, como também criar laços com uma ótima companhia. 

Enfim, isto fez-me perceber o privilégio que tenho por estar numa escola que encoraja os alunos curiosos a sonhar mais alto e a participar em atividades que vão além da escola, enquanto estudantes que conheci em Estremoz eram considerados demasiado diferentes nas suas escolas, chegando até a ser deixados de parte simplesmente por serem diferentes dos seus colegas. 

| Conhecimento ao serviço de bem |Deste modo, neste fim de semana, no meio de provas teóricas, no meio de provas de campo criativas, no meio de conversas sobre minerais e no meio de conversas com as rochas, tentando que elas me contassem as suas histórias biográficas, o melhor foi poder conhecer mais sobre as ciências da Terra, sobre a física e a química que controlam esta esfera de que dependemos e que tantas vezes negligenciamos, tal como poder conhecer pessoas divertidas com quem pude partilhar livremente os típicos momentos e piadas “nerds” (afinal, entre nós não foram criadas pontes de hidrogénio, mas com os dois braços entrelaçados formaram-se ligações covalentes duplas).

Todavia, as boas notícias não terminam aqui, dado que, para além de ter tido a honra de levar a nossa escola para as Olimpíadas Nacionais de Geologia, em Estremoz, onde fiquei em 3º lugar, também a poderei carregar comigo até aos confins do mundo, à Tailândia, nas Olimpíadas Internacionais de Geologia neste mês de agosto, juntamente com outras duas fantásticas representantes do país: Ana Carolina, da Terceira, e Ana Cristina, do Porto.

Madalena Filipe | 11T3