Dom Bosco para mim…

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Cristina Fernandes “Quando estou no meio dos jovens, gosto de lhes transmitir amor, amizade, proteção e gosto que se sintam valorizados, cuidados e amados. O olhar preventivo está bem presente em todas as minhas ações. Um olhar de Mãe. É assim que me vejo.” D. Bosco entrou na minha vida quando passei o portão desta casa salesiana em 1999. Passou rapidamente a ser uma inspiração e, por esse motivo, há uma grande vontade em tentar ser muito semelhante porque existe um único objetivo que é querer ver os jovens felizes. Educar é a minha grande missão, mas é, sem dúvida, a missão mais difícil. Não existe um livro com estratégias infalíveis, não existem receitas que funcionem de forma universal, pois o ser humano é muito complexo. E então um jovem … que pensa já saber tudo, que pensa não precisar dos pais, dos professores, de uma mão amiga porque consegue resolver, porque já é suficientemente independente, porque os adultos é que não o entendem, e mais exemplos poderiam ser enumerados. Procuro estar entre os jovens, promover o diálogo, divertir-me com eles, aproximar-me deles para perceberem o bem que lhes quero e para ter a oportunidade de me escutarem quando é necessário. Há bem pouco tempo, um jovem referia num simples texto que tinha conhecido uma outra faceta minha… não a figura da Diretora de Ciclo, tal como ele sempre a viu, mas a de uma educadora que também sabe brincar e tem sentido de humor. Uma simples atitude de corredor que fez esse jovem mudar de opinião sobre a minha pessoa. Consegui criar empatia e é essa proximidade com o jovem que eu procuro. Quando estou no meio dos jovens, gosto de lhes transmitir amor, amizade, proteção e gosto que se sintam valorizados, cuidados e amados. O olhar preventivo está bem presente em todas as minhas ações. Um olhar de Mãe. É assim que me vejo. Apesar de todo este esforço, tenho plena consciência de que nem sempre consigo aplicar tudo o que me vai no coração. Por vezes, o cansaço apodera-se de mim, por vezes desanimo perante aquele que não quer entender, por vezes sinto alguma tristeza quando me apercebo de que o papel dos pais nem sempre está em sintonia com o meu, o que complexifica todo este processo, mas D. Bosco nunca abandonou os seus “filhos”. Seguir o seu exemplo é nunca perder a esperança, é nunca desistir dos jovens, por mais desafiantes que sejam (os que mais precisam de nós), é orientar, encaminhar, o que implica também saber dizer não de forma educativa (saber como e de que forma devemos dizer esse “não”). Mas é sobretudo salientar a parte mais bonita de cada um, é promover a alegria, é ajudar a concretizar sonhos, dando a mão sempre que precisam. É mostrar que, sendo feliz, consigo fazer os outros felizes, é dar afeto, é ter fé, é estar presente, é simplesmente sorrir quando nos cruzamos com um olhar mais triste ou preocupado para esse olhar sentir que estamos ali para ele. É tentar transmitir amor! Um amor que deve ser alimentado diariamente… É viver a educação com PAIXÃO! Cristina Fernandes | Diretora do 3.º ciclo