Acredito que existem sempre oportunidades novas de expressar a fé, de nos reinventarmos enquanto cristãos e de alimentarmos aquela que é, na minha opinião, a maior amizade que temos na vida: a amizade com Deus. No Encontro do Secundário, fomos desafiados a fazer isso mesmo.
A primeira atividade consistiu em largarmos os nossos medos, tarefa árdua, porém que nos ensinou que os receios se revelam muito mais relativos do que aparentam ser. Por outro lado, aprendemos que não estamos sozinhos; também outros temem o mesmo que nós, também outros temem a solidão, a morte e a desilusão. Sendo nós jovens sujeitos diariamente a estímulos interiores e exteriores que parecem tanto motivar-nos como prender-nos, estes momentos de partilha são essenciais. Não só para que nos identifiquemos com outros jovens da nossa idade, mas para que, do mesmo modo, desenvolvamos o processo de introspeção. Esta constitui, indubitavelmente, a maior oportunidade que este Encontro me deu: a oportunidade de crescer na fé e de me conhecer enquanto amiga de Deus.
Muitas vezes, pensamos que nos conhecemos bem: afinal, sabemos os nossos gostos, sonhos e outras paixões! Contudo, saberemos ao certo quem somos enquanto amigos de Deus e, acima de tudo, temos nós consciência, de tudo o que o nosso confidente faz por nós e decerto fará se o deixarmos invadir o nosso espírito jovem? Espírito jovem, repleto de vontade de aceitar desafios, mudanças e de abraçar o desconhecido. Neste encontro, pudemos desafiar-nos a nós próprios, na medida em que demos mais um passo nesta amizade tão forte quanto eterna! Renovámos o voto de confiança em Deus, haverá algo mais belo e puro que tamanha entrega a quem se dá por inteiro a cada um de nós?
Foram muitas as vezes, ao longo destes dois dias, que refleti sobre a minha relação com Deus e perguntei-me igualmente se estaria à altura de tal entrega. Terei coragem, disponibilidade e força suficientes? Perguntas como estas surgiram na minha cabeça constantemente.
Não obstante, na Eucaristia de sábado, cerimónia improvisada numa das salas dos Salesianos de Évora (porém dos momentos mais bonitos da minha vida), apercebi-me que desde que me ame a mim própria, o amor e a entrega ao outro e, implicitamente, a Deus tornam-se tarefas naturais e muito mais simples de executar. É preciso que cuidemos de nós próprios, em primeiro lugar, a dedicação pelo próximo será inevitável consequência, meus amigos!
O Encontro do Secundário, que considero ter sido uma aventura (conheci pessoas fantásticas e expressei a minha fé de formas originais, desde músicas a jogos, entre outros momentos únicos) constituiu uma forma de me sentir parte da família Salesiana, e, por vários momentos, dei por mim a sorrir por me sentir tão acolhida.
Agora que o Encontro chegou ao fim, a certeza de ter passado dois dias incríveis cresce diariamente à medida que recordo orações, cânticos e conversas que partilhei. É nessas alturas que sinto o coração cheio com saudades e, claro está, com um amor incomensurável por ter confirmado uma amizade eterna.
A todos os que me possibilitaram a mim e a todos os meus colegas esta aventura, muitíssimo obrigada!
Maria Carreira | 12 T2