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Estranha forma de ser estratégico
No âmbito do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, o Ministério de Educação lançou às escolas o desafio de elaborarem planos de ação estratégica, tendo em vista a promoção do sucesso escolar dos seus alunos. Adotando uma lógica bottom-up, foi dada a possibilidade às escolas de se envolverem na construção de soluções pedagógicas adequadas às necessidades específicas dos seus alunos e dos seus professores. Releva, pois, a importância de um conhecimento compreensivo, diferenciado e contextualizado dos alunos, da escola e da comunidade bem como do uso estratégico do mesmo. A este propósito, retomo os trabalhos de Elmore e colaboradores (2014) acerca da melhoria das organizações escolares. Os autores afirmam que “accountability systems are designed to measure performance, but they are unable to provide guidance to school leaders and teachers about what specific steps to take to improve their performance. Most state and local accountability systems provide student performance data, but few, if any, focus on providing schools with information about how their organizations actually work, and how they might work more powerfully to support instructional improvement (…) SCHOOL LEADERS KNOW, when they look at evidence of student performance, THAT THEY ARE SUPPOSED TO “DO SOMETHING” to bring the resources of the organization to bear on instructional practice; however, THEY ARE USUALLY LESS CLEAR ABOUT WHAT TO DO”. De facto, resultado de um conjunto diversificado de mecanismos de avaliação (interna, externa, autoavaliação), as escolas possuem um manancial de informação acerca do seu próprio funcionamento, organização e resultados. Contudo, o uso que fazem desta informação parece ser frequentemente insipiente, inconsistente e errático, mais orientado pelo discurso da moda do que pelas necessidades efetivas das comunidades. Sendo a informação relevante e pertinente, o uso que se lhe dá é, na verdade, pouco (ou nada) estratégico. Questiono, pois, para que serve então a recolha de informação, se não a pomos ao serviço de uma ação efetiva de melhoria das escolas e dos resultados escolares. Diria, pois, que ESTRANHA FORMA DE SER ESTRATÉGICO!

Marisa Carvalho