Margarida Soares Na passada sexta-feira, dia 13 de outubro, os alunos de Física, de Aplicações Informáticas B, bem como os participantes no projeto CanSat Portugal, deslocaram-se até Santa Margarida, em Constância, para testemunhar a realização do “European Rocketery Challenge”, mais conhecido como EUROC. Após mais de duas longas horas de viagem, foi com um misto de curiosidade e expectativa que o nosso grupo, presente no interior do autocarro, transferiu toda a sua atenção para o exterior, ao nos depararmos com uma realidade que não é comum ao nosso dia a dia: os campos de uma base militar. Depois de os atravessar, saindo do autocarro, vislumbrámos as instalações deste concurso internacional. Aqui encontravam-se diversas tendas, onde cada equipa fazia ajustes de última hora ao seu projeto e em que cada segundo contava. O objetivo parecia simples, mas mostrou-se deveras complexo: fazer com que o foguete voasse até 3kms de altitude, abrindo seguidamente um paraquedas que o faria aterrar em boas condições. Após um breve tempo de espera para que as equipas estivessem preparadas, ergueu-se a bandeira vermelha, símbolo que avisava todos os espectadores e participantes de que era obrigatório permanecerem na zona de segurança. Foi então que ouvimos as instruções do que iria suceder-se: o lançamento de 5 rockets, um de cada vez. Após uma contagem decrescente e, perante a ordem “Ignition”, todos os presentes no local fizeram silêncio, aguardando o tão esperado momento de lançamento do primeiro Rocket. Infelizmente, este não aconteceu devido a falhas técnicas. Porém, passados uns momentos, posteriormente à repetição da contagem e à ordem de lançamento, observámos o segundo rocket a voar até ao céu, desaparecendo por entre as nuvens. Alguns minutos e festejos depois, foi dada a informação de que este foguete tinha chegado ao solo 10 minutos após a abertura bem sucedida do respetivo paraquedas. Ainda foi possível ver o lançamento de mais um rocket antes de recebermos a informação de que, devido às adversas condições atmosféricas, os últimos dois lançamentos, onde se incluía o do tão conhecido “Red” (construído pelos alunos do Instituto Superior Técnico) foram agendados para as 16 horas. Chegada a hora prevista, o processo repetiu-se. Todavia, nenhuma das duas equipas conseguiu efetuar o lançamento, escolhendo abortar a missão, a que só seria dada continuidade no dia seguinte, já sem que a pudéssemos testemunhar. Ainda que o grupo dos Salesianos tenha regressado a casa um pouco desiludido, visto que nem todos os lançamentos conseguiram ser efetuados, uma lição muito importante ficou-nos na memória: é normal falhar. Ainda que haja muito trabalho, muita dedicação, noites em claro ou mal dormidas; ainda que cálculos complexos e infindáveis nos possam levar a acalentar a esperança de que tudo irá correr na perfeição, falhar pode acontecer a qualquer um de nós, quer a uma equipa que acabou de se estrear quer a uma equipa experiente, como a que venceu no ano anterior. O importante é não cruzarmos os braços; é procurarmos descobrir o erro e tentarmos de novo, até que tal não nos seja mais possível. E assim, só por isto, esta viagem valeu a pena. Margarida Soares | 12T6