| Excelentíssimas Senhoras Professoras de Física e Química |
Olá! Eu sou um pequeno átomo, “vivo” no corpo da Madalena e ando por aqui há dezasseis anos. Para perceberem melhor o meu desejo têm que conhecer o meu perfil. Eu sou curioso, interessado, e tenho um gostinho especial pela investigação histórica e científica. Ora, já estão mesmo a ver onde é que isto vai levar… Mal ouvi falar da viagem ao CERN, comecei a pensar: será que é nesse lugar que vou saber mais acerca de mim? Será que vou saber como é que nasceram os meus antepassados e o que é que eles presenciaram quando se formou o Universo? Será que vou perceber porque é que sou assim? Que partículas é que me constituem, e porque é que me “comporto“ desta maneira? Acredito que sim. O CERN deve ser mesmo a resposta aos meus problemas existenciais. Quem sabe se não existirá por lá uma fotografiazinha do meu tetra-tetra-tetra-tetra-tetra-avô. Que orgulho seria poder pôr uma selfie com ele no meu atomgram, aposto que ia render muitos likes. Ia ser a inveja dos meus seguidatoms. UAU!
Bem, deixei-me levar pelo entusiasmo….
Falando agora de uma forma mais séria, penso que a visita ao CERN podia ajudar-me mesmo a perceber mais sobre o Universo e sobre investigação. Adorava ver o acelerador de partículas e todos aqueles computadores a analisarem dados e a contribuírem para o nosso conhecimento e para novas descobertas que podem ser muito importantes para a humanidade. Quem sabe se a visita me ajuda a perceber o que quero fazer no futuro, lá trabalham muitos engenheiros, mas muitas das investigações são na área da medicina. Será que o que vou ver me vai ajudar a decidir?
Eu sei que qualquer atomozinho pode visitar o CERN, mas esta visita é diferente das outras, pois, se for, vou ter acesso a informação que não é mostrada nas visitas regulares. Já para não falar do orgulho que é poder conhecer os investigadores que lá trabalham, sim, porque entre as 100 nacionalidades que trabalham no CERN, também lá há portugueses.
Parece-me que já disse as principais razões que me levam a querer ir ao CERN, claro que ir com os outros atomozinhos também é uma coisa boa (até porque não fomos a Paris) e é algo que nunca vou esquecer.
Fico ansiosamente à espera das vossas notícias,
Átomo MA
Madalena Andrade | 11ºT1
* A presente carta teve por inspiração “Memórias de um Átomo” livro que João da Ega, amigo do Pedro da Maia, tanto queria escrever, da obra “Os Maias” de Eça de Queiroz.