Joana Branco
Trabalhar em educação, hoje em dia, é um desafio e um privilégio: precisamos de adaptar as práticas pedagógicas ao público-alvo e à realidade atual, no entanto, ganhamos mundo com tudo o que, de forma inesperada, vem ter connosco.
No dia 12 de abril de 2024, nos cinemas UCI – El Corte Inglês, a família salesiana de Lisboa teve a oportunidade de participar, pela quarta vez, no “Festival de Curtas-Metragens” do Curso de Artes Visuais. Quem assistiu pôde constatar que este evento, que contou com a organização da turma 11.º A e com a realização do 12.º A, é mais do que uma atividade escolar. É a conjugação de um trabalho profissional, com uma equipa de profissionais inigualáveis e com a apresentação de trabalhos de excelência, que ultrapassam barreiras de idade e de conteúdos programáticos. Creio que, muitas vezes, falta a verdadeira noção do que tão bem fazemos, que é motivo de orgulho e que contribui para que a nossa escola seja uma referência na cidade de Lisboa.
Dar os parabéns ao grupo de artes é pouco para o trabalho que realizam todos os anos e, muitas vezes, de forma discreta. Cada vez mais, os Salesianos de Lisboa têm sido a opção de muitos alunos que querem ir para uma área que ainda é vista pela sociedade de forma preconceituosa, tendência que o nosso colégio tem vindo a contrariar. Talvez o grupo peque por ser tão humilde e não deixar que a comunidade educativa, fora da área, tenha a verdadeira noção da dimensão do seu trabalho. Por isso, para quem ainda não conhece, fica o convite para acompanhar mais de perto o trabalho dos professores António Martins, Pedro Manso e Diogo Santos.
Regressando ao dia 12 de abril, vários foram os trabalhos que desfilaram, ao final da tarde, numa sala de cinema da capital, para que, posteriormente, entrassem na competição das “Olívias”, os “Óscares” cá do sítio. Foi unânime a opinião de que, neste ano letivo, a dificuldade de eleger o melhor filme foi a anfitriã da noite, uma vez que a excelência de todos os trabalhos era notória. Como se chega aqui? Como se consegue colocar 27 miúdos (desculpem, não é pejorativo), no âmbito de uma disciplina (Oficina Multimédia B), a realizar um trabalho que ultrapassa o nível de muitos profissionais da área? E como se consegue trazer, de forma prazerosa, os familiares para o processo de ensino-aprendizagem? Acredito que o grupo de artes tem a resposta, uma vez que é isto que tão bem faz.
Durante quase três horas, ninguém arredou pé nem ligou os telemóveis (conselho dado pelas apresentadoras de serviço, Pipa e Ester), para assistir às curtas do 12.ºA. Quem marcou presença (inclui alunos, antigos alunos, familiares, educadores e diversos elementos da comunidade educativa) pôde assistir ao “Cego”, viajar até (ou com) “Veneza”, ser cúmplice do “Papo Gravado”, beber chá de “Tília”, usar a “Lens of Time”, insistir que quem passa a vida a matutar “Matuta”, brincar ao “Quem é Quem?” e, no final, com tanta pipoca, perceber que, no estômago, se forma um “Bolo Alimentar”. Depois da visualização dos trabalhos e do vídeo dos “Bloopers”, chegou a vez da entrega dos prémios. Sim, podia repetir quem foram os vencedores aqui neste texto, para deixar para a posterioridade, no entanto, essa informação fica para quem esteve presente. Aqui, o que importa é destacar que todos saímos mais ricos depois deste dia: os alunos, pelo percurso percorrido; os presentes, por terem sido testemunhas orgulhosas do que os alunos de artes tinham para oferecer.
Foi bonita a festa. Continuaremos, certamente, a realizar festas bonitas.
Joana Branco | Professora