| Finalistas. A última dança |

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| Finalistas. A última dança |Para uns, acabou no dia do último teste. Para outros, no dia em que as aulas oficialmente terminaram. Há quem considere que ainda não teve o seu fim – só depois dos exames! E há quem não se tenha ainda sequer apercebido de que realmente já passou.

Falo, claro, do Secundário. Esse período mirabolante, de descoberta, de maturação, de reconhecimento, findo, enfim. Quanto ao momento exato do seu término, já se viu que é motivo de debate. Mas é natural – o que deixa saudade não tem nunca um só fim, depende de quem se despede, de quando o faz, isto é, de quando se consciencializa de que é altura de partir e dizer um último adeus. Só então poderá realmente dizer: agora é o fim – e dar princípio à próxima caminhada.

Pessoalmente, esse momento foi a noite de 8 para 9 de junho, a noite da Festa dos Finalistas, também chamada de Jantar ou de Baile, por ser ambos e todos ao mesmo tempo. Mais do que uma monumental cerimónia, mais do que um grande evento de gala, mais do que um jantar à luz das velas, esse serão foi um marco nas vidas dos seus protagonistas. Por dois simples motivos.

Primeiro, assinalou a transição que já todos esperávamos, alguns desejando-a ardentemente, muitos simplesmente sentindo-a chegar, por fim. Começou ali a nossa efetiva vida adulta, o tempo de maiores responsabilidades, a hora de se fazerem cumprir os desígnios de cada um. Vestidos de gente grande, bebericando timidamente o néctar dos deuses, recuperando memória atrás de memória dos anos idos, rodeados dos que nos amaram sem limite e nos colocaram nesse momento, entrámos condignamente no novo capítulo da nossa existência.

Em segundo, foi-nos dado o foco que se reserva para os mais importantes, a luz que ilumina os escolhidos. Por outras palavras, ofereceram-nos algo de magnífico, com tremendo significado: a nossa própria Festa. Uma Festa para os Finalistas, para os celebrar, para demonstrar a esperança que neles está depositada, para sagrar o amor que neles foi investido e que lhes cabe espalhar. Para qualquer salesiano, habituado a comemorar anualmente as fontes da sua inspiração e seus modelos de santidade, esta honra não tem par, e, sem equiparações desmedidas, reveste-se de um valor inqualificável.

Grato por ter participado neste espetáculo, e na sua fantástica cena final, me despeço com saudade, mas feliz. Porque sim, de facto, acabou.

João Martins | 12.º H1