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Conto 48 manchas.

Conto 48 manchas sobre os degraus da entrada do hotel ao chegarmos à Suíça, vozes baixas a atropelarem-se umas às outras enquanto descem as escadas. Conto 48 diferentes passadas a percorrer os corredores àquela hora, portas a abrir e a fecharem. Conto 48 cabeças dorminhocas ao pequeno-almoço que ainda sonham com o avião e o autocarro, antes de sairmos para as ruas tão frias de Genebra no inverno.

E, quando fecho os olhos, vejo estas 48 cabeças a pasmar-se com as pinturas das paredes da ONU, com o quadro ilusório chinês, com as salas amplas de tetos altos como o céu, 48 cabeças a flutuar pelas imensas filas de cadeiras perante o palco onde tantos já discursaram. Vejo-as inclinadas ao se depararem com aquela cadeira-memorial enorme, e 48 pares de mãos que tentam alcançar a sua perna perdida, o fantasma da Segunda Guerra a pairar sobre todos.

E éramos 48 caras sob a chuva enquanto nos explicavam como colidiam duas partículas tão pequenas num colisor tão grande, e o que é a antimatéria, e os acidentes no LHC. E, apesar de haver inúmeras vezes que franzíamos as sobrancelhas quando nos explicavam algo que não percebíamos e uma professora dizia calmamente “Eles ainda não deram isso”, consigo captar alguns momentos tão distintos e completos em que éramos capazes de entender algo, mesmo se fosse algo tão pequeno quanto um quark. Sim, entendíamos.

E lembro-me de passarmos por uma rua enfeitada com mil e uma janelas de cores diferentes, como se estivéssemos envolvidos num enorme arco-íris, e de encontrarmos um homem português que trabalhava no CERN sentado muito simplesmente num banco, a fazer horas. Numa rua nada particular de Genebra. Um cientista português. Num dia como qualquer outro.

Porque éramos 48 pessoas no Museu da Cruz Vermelha a ouvir os testemunhos de sobreviventes de guerras e injustiças, a ver registos de milhares de crianças órfãs, 48 indivíduos a responder a questões acerca da moralidade e da seriedade de vários crimes; porque muitos destes 48—44 dos quais alunos—podem ter-se apercebido de que talvez os nossos sonhos não são assim tão inatingíveis: ao ver a gigantesca cadeira em memória de uma perda ainda maior, ou um cientista português na sua vida habitual num país estrangeiro, ou um questionário num museu dirigido também para nós, pois também contamos.

Conto 48 corpos em movimento e, se me concentrar perfeitamente, consigo ver-nos numa visita pela cidade logo no primeiro dia: vejo-nos a encontrar um parque e a desatar a correr para os baloiços e para os pequenos carrosséis e a atirar raros pedaços de neve que ainda não tinham derretido—tudo como se fossemos crianças, crianças que um dia poderão até ser cientistas estudiosos de coisas que ainda não entendemos. E corremos tão rapidamente que não nos distingo totalmente, apenas 48 manchas animadas numa rua de Genebra no inverno.

Conto 48 manchas.

Madalena Preto | 11.º T1


Relativamente ao CERN em si, o contacto com profissionais envolvidos neste projeto permitiu-nos compreender o funcionamento do mesmo de uma forma mais pormenorizada. Contudo, tenho pena de não termos tido a oportunidade de ver uma parte deste acelerador de partículas sem ser em ecrãs.

Quanto à viagem, eu adorei visitar Genebra e considero que o grupo, tanto de alunos, como de professores, proporcionou um ambiente divertido e agradável. Para mim, os maiores pontos de interesse foram a sede das Nações Unidas e o Museu da Cruz Vermelha, porque me deixaram a pensar sobre certos aspetos segundo novas perspetivas.

Resumindo e concluindo, eu recomendo a viagem!

Joana Santana |

11.º T2



A viagem à Suíça foi bastante interessante e educativa. Foi ótimo termos tido a oportunidade de visitar tantos pontos marcantes como a ONU, o CERN, e o Museu da Cruz Vermelha numa só viagem. 

Esta viagem permitiu-nos conhecer uma nova cidade e perceber a importância e os objetivos do trabalho que se faz no Cern. 

Seria uma viagem que gostaríamos de repetir.

Carolina Benvegnú; Carolina Salgado; Inês Goncalves | 11.º T4