Inês Neves e Pedro Câmara No passado dia 23 de fevereiro, os alunos do 7º ano de escolaridade da Escola Salesianos de Lisboa, numa iniciativa organizada pelo departamento de História, visitaram a cidade de Mérida, declarado Património da Humanidade pela UNESCO em 1993. A visita de estudo a Mérida, cidade espanhola que durante o Império Romano se designava Emerita Augusta, decorreu em três fases distintas, compreendidas entre o Museu Nacional de Arte Romana (MNAR), o teatro e anfiteatro, e os múltiplos vestígios e ruínas do passado romano que ainda subsistem nas ruas da outrora rica e próspera capital da província da Lusitânia. Ao longo do passeio por Mérida, os alunos da Escola Salesianos de Lisboa tiveram a oportunidade de se vislumbrar de uma série de infraestruturas romanas e vestígios arqueológicos de enorme relevância, dos quais se evidenciam pela sua monumentalidade e preponderância para o dia a dia dos romanos, tais como as vias da antiga Emerita, a Ponte romana sobre o rio Guadiana, sintomática do papel de Mérida como o polo de comunicações do Oeste da província Lusitânia, de resto sua capital, e o Templo de Diana: construído no final do século I a. C. ou nos inícios do século I d. C., o Templo de Diana relevou-se um dos destaques da visita pelo seu ótimo estado de conservação e dimensões impressionantes dignas do Culto Imperial, roubando suspiros de admiração dos nossos alunos. As turmas privilegiaram também de uma visita prolongada ao teatro romano, um dos mais bem preservados e impressionantes exemplos de arquitetura romana na Península Ibérica. Este recinto, inaugurado entre os anos 16-15 a.C., tinha capacidade para acolher cerca de 5500 espectadores. Esteve em atividade até o século IV, sendo necessárias algumas reformas e adaptações que se concretizaram entre os séculos I e IV. No entanto, com a implantação oficial do Cristianismo, que atribuía às representações teatrais um sentido de profunda imoralidade, o notável edifício deixara de ser utilizado, acabando por ser abandonado. Adjacente ao teatro, foi ainda visitado anfiteatro romano, cuja construção foi planificada em simultâneo com a do teatro, pelo que, de acordo com as inscrições presentes no interior, deduz-se que o recinto tenha sido inaugurado em 8 a. C. O anfiteatro constituía-se uma das principais atrações para os habitantes e visitantes de Mérida que apreciavam combates entre gladiadores, lutas entre animais ou entre homens e animais, mobilizando-se milhares de espectadores – e também a atenção do 7º ano, que nunca deixa de ficar impressionado com esta prática cultural tão… excêntrica! A cidade de Mérida oferece ainda aos seus visitantes a possibilidade de visitar o Museu Nacional de Arte Romana, o qual apresenta um espólio de valor patrimonial, cultural e artístico imensurável e de uma riqueza incalculável, que inclui estátuas, moedas, mosaicos, bustos, lápides, ânforas e outros objetos do quotidiano da população emeritense. E, sem dúvida, que contribuiu para um maior conhecimento por parte dos alunos desta época histórica! Como habitual, a visita de estudo foi acompanhada pelos professores da Escola Salesianos de Lisboa, que valorizam momentos como este, onde os seus alunos vivem experiências enriquecedoras de aprendizagem e fortalecimento de laços com os colegas e com os educadores. Este ano, esta oportunidade foi ainda estendida aos professores estagiários da disciplina de História, Inês Neves e Pedro Câmara, vindos diretamente da Universidade Nova de Lisboa, e que escrevem este texto de modo a expressar a sua gratidão para com toda a comunidade Salesiana – a todos os professores e alunos que nos receberam nesta visita de estudo, que se revelou profundamente marcante para o nosso crescimento como profissionais (afinal, após tantos anos enquanto alunos visitantes, foi a nossa primeira vez enquanto professores acompanhantes de um passeio escolar!). A aproximação com os alunos de 7º ano fora das quatro paredes da sala de aula revelou-se igualmente importante, permitindo a construção de relações pessoais, atendendo à transmissão de conhecimento num contexto histórico-cultural diferente, e ao constante diálogo e compreensão mútua entre professor-aluno. Sem dúvida que a visita de estudo a Mérida deste ano ficará na memória de todos os envolvidos – especialmente dos alunos de 7º ano, que puderam entrar numa verdadeira máquina do tempo, viajando até ao Império Romano e à Lusitânia, bem como dos professores em formação referidos, que, desde o início da sua jornada na Escola Salesianos de Lisboa, têm valorizado cada momento que vivem neste magnífico universo da educação, que nos inspira todos os dias a ensinar com o coração. Inês Neves e Pedro Câmara