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O “Dia Internacional da Mulher”, o recente 8 de março, foi o mote para a pesquisa sobre a mulheres que partilharam/partilham a sua vida entre a Família e a Ciência. A seleção não foi fácil. As inspiradoras histórias de vida poderão seguramente alavancar a vontade de aprender/fazer Ciência, referiram os alunos de Química do 12º Ano de escolaridade.
Alguns exemplos da pesquisa.

Marie Curie, nascida em Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, foi uma cientista que conduziu pesquisas pioneiras no ramo da radioatividade. Foi a primeira mulher a ganhar um prémio Nobel e a única a ganhar dois prémios daquela Academia (física, em 1903 e química, em 1911). 
Elizabeth Blackwell, nasceu a 3 de fevereiro de 1821, em Brístol, Inglaterra.  Foi a primeira mulher a formar-se, exercer medicina e também uma importante ativista nos direitos das mulheres. O seu pai acreditava que, todos os seus filhos, incluindo as meninas, deveriam ter as mesmas oportunidades, mesma educação e total desenvolvimento dos seus talentos e aptidões. Efetivamente as crenças e o investimento na educação de Elizabeth funcionaram como alavanca para o seu desenvolvimento intelectual. Passou por períodos difíceis. Foi ostracizada e assediada pela comunidade. De forma perseverante, continuou os estudos e acabou o curso com a melhor nota do ano, o que a levou a tornar-se a primeira mulher graduada em medicina nos estados unidos. Voltou para Inglaterra para estagiar até que, em 1859, concretizou não só o seu objetivo de ser médica (o seu nome foi inserido no registo de médicos britânico), como fez vingar a sua crença: “se a sociedade não permitir o desenvolvimento livre das mulheres, então, tem de ser remodelada “. 

Rita Levi-Montalcini, galardoada com o prémio Nobel da Medicina em 1486, foi a primeira laureada com este prémio a atingir os 100 anos de idade. O prémio Nobel foi-lhe atribuído pela descoberta de uma substância corporal que estimula e influencia o crescimento de células nervosas, permitindo ampliar os conhecimentos sobre a doença de Alzheimer e a doença de Huntington (doença que leva à morte de células cerebrais).

Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, instala um laboratório no seu próprio quarto, de modo a estudar o crescimento das fibras nervosas em embriões de galinhas.  No entanto, aquando a invasão da Itália por parte dos alemães, a família é obrigada a fugir de Turim. Instala um segundo laboratório na nova habitação e trabalha como voluntária no serviço médico das Forças Aliadas.

Em setembro de 1946, recebe uma bolsa de estudos para a Universidade Washington, em St. Louis. Em 1952, consegue isolar o fator de crescimento neural através de observações de certos tipos de tecidos cancerosos.  Devido ao seu largo contributo para a comunidade científica, foi reconhecida com inúmeros prémios, para além do Nobel, sendo designada, a 1 de agosto de 2001, Senadora vitalícia da República Italiana.

Frances Arnold, nasceu e cresceu em Edgewood, Pennsylvania. Estudou mecânica e engenharia aeroespacial na universidade de Princeton. Concluiu os seus estudos de universidade da Califórnia onde recebeu uma condecoração de engenharia química.  A evolução e adaptação de espécies a diferentes ambientes, criou uma enorme diversidade de vida. Em 1993, Arnold organizou a primeira evolução de enzimas, que são as proteínas que catalisam as reações químicas. Os resultados do seu trabalho incluem manufaturação amigável substâncias químicas e a produção de fluidos renováveis. Como recompensa e reconhecimento de todo o seu trabalho Francis Arnold recebeu o Nobel de química em 2018.

Terminamos com chave de Ouro. Um exemplo bem português.

Mariana Gomes de Pinho, professora associada no Laboratório Celular Bacteriano do Instituto da Tecnologia Química e Biologia, é um grande motivo de orgulho e inspiração nacional, uma vez que faz parte de uma recente investigação da European Research Council Consolidator Grants.

Efetivamente, conhecendo, em pormenor, o mecanismo de divisão celular nas bactérias, Mariana Pinho teve as ferramentas necessárias para a criação de novos antibióticos. Assim, como a divisão celular é um passo imprescindível para a sobrevivência de todos os seres vivos, Mariana Pinho afirma que “Não há nenhum antibiótico usado atualmente na prática clínica que atue sobre a maquinaria de divisão celular.”

Desta maneira, esta microbióloga, utilizando este conhecimento, está a desenvolver novos antibióticos, com apoio dado pelo conselho Europeu de Investigação (ERC, em siglas em inglês), de 2,6 milhões de euros dedicados para o estudo de como tornar as bactérias novamente sensíveis aos antibióticos.

Em suma, Mariana Pinho é um dos oito investigadores, que receberam mais de 16 milhões de euros para projetos na área da ciência.

“Escolhi ser cientista porque acredito firmemente que é através da ciência, a par da arte, que a humanidade avança.” 

Mariana Gomes de Pinho