| Na escola moram pessoas |

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12017/2018. As dúvidas e interrogações teimam em estar presentes. A esperança em igual proporção. Deparamo-nos diariamente com casos de ansiedade e desencanto de alunos perante os desafios da escola. Que pessoas queremos formar? A vida que se vive na escola realiza verdadeiramente as pessoas que nela moram? Será a escola facilitadora da construção de itinerários de vida com sentido? “É necessário reinventar a escola, redescobrindo a pessoa que mora nos alunos e configurando novos modos de escolarização e avaliação que coloquem a pessoa (e não o aluno) no centro das preocupações políticas, sociais e organizacionais.” (Alves, J., 2010: 67)

Neste contexto e em início de ano letivo, importa termos bem presentes três grandes dimensões/preocupações:

  1. Realização pessoal: O sentido das aprendizagens e o sentido da vida.
  2. Inclusão e diferenciação: O sucesso de todos, o sucesso de cada um.
  3. Integralidade: A educação da pessoa toda e de tudo na pessoa.

 De forma mais ou menos disfarçada, as barreiras na escola persistem em erguer-se, turvando a visão e amordaçando gritos de crianças e jovens que simplesmente desejam viver e aprender ao lado daqueles que têm a sua idade. As mesmas barreiras escondem um horizonte longínquo para alguns, mas tão próximo para outros, que apenas precisariam de vê-lo para se inspirarem e irem muito mais além. Esta escola onde nascem e crescem barreiras é também um cais de abrigo. Um espaço de encontro e de procura, de desabafo e de escuta, de paixão e de compaixão. Quem tem capacidade para ouvir costuma dizer que, neste espaço, aquilo que as pessoas realmente precisam é “serem apreciadas, respeitadas, valorizadas, incentivadas, encorajadas, ouvidas” (Hunter, 2012:18).

É muito saudável que continue a morar em nós, educadores, o desejo do questionamento da realidade, das (in)certezas e das (in)verdades que se vivem e transmitem, numa busca de respostas que possam revelar novos caminhos e abrir novas possibilidades que permitam edificar uma escola mais atenta às particularidades e diferenças de cada pessoa e de cada aluno.

José Morais I Director Pedagógico