Não há ninguém à entrada de novembro

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Não há ninguém à entrada de novembro. Vem como se não fora nada. A porta estava aberta, entrou quase sem pisar o chão. Não olhou o pão, não provou o vinho. Não desatou o nó cego do frio. Só na luz das violetas se demora sorrindo à criança da casa. Essa boca, esse olhar. Essa mão de ninguém. Vai-se embora, tem a sua música, o seu rigor, o seu segredo. Antes, porém, acaricia a terra. Como se fora sua mãe. Eugénio de Andrade