“Concurso Uma Aventura… Literária 2018”: mais uma distinção!
Parabéns, Rita!
O texto “A sala secreta” da Rita Vintém do 5.º E foi distinguido, na modalidade de Texto Original, com uma Menção Honrosa.
Honrados, ficaram também os professores do 2.º ciclo, ao verem o talento de mais um dos seus alunos ser reconhecido num concurso cujos números falam por si: este ano, a Editorial Caminho recebeu 14.643 trabalhos.
A Rita é uma menina um pouco tímida que, sem um “empurrão”, creio que não se atreveria a apresentar uma história sua a concurso. Foi preciso motivá-la e fazê-la acreditar nas suas capacidades para que aceitasse este desafio e se sentisse suficientemente confiante para expor o seu trabalho! Valeu a pena! Com ou sem distinção, valeria sempre a pena!!
Esta distinção é apenas mais um incentivo para continuarmos a acreditar que o que faz verdadeiramente a diferença é a nossa dedicação a cada um dos alunos que nos são confiados.
Ser educador é, sem dúvida, uma missão que ultrapassa o mero ensino!
Obrigada, Rita!
Susana Silva Lopes | Professora
Testemunho da Rita
A história da “sala secreta”
Um dia na escola, a minha professora de Português falou-me do concurso “Uma aventura literária 2018” e eu comecei logo a pensar numa ideia.
No fim-de-semana, escrevi o texto “A sala secreta” a partir de uma ideia que tive nesses dias, mas, como pensava que não ia conseguir destacar-me, não o entreguei logo na segunda-feira. Depois, a professora insistiu comigo e, finalmente, tive coragem de lhe enviar a história para a professora ler e me dar a sua opinião.
A professora gostou muito da história. Disse que era muito original e gira e combinámos que eu iria ter com ela no fim das aulas, para aperfeiçoar o texto e enviarmos para o concurso.
Assim que ouvi o toque para sair, arrumei as minhas coisas e fui logo ter com ela, porque queria muito ouvir o que tinha para me dizer.
Depois de enviarmos o texto nunca mais pensei no concurso, até que, há pouco tempo, a minha professora disse-me que eu tinha tido uma menção honrosa.
Eu fiquei mesmo muito feliz!
Rita Costa Vintém | 5E
A sala secreta
Numa cidade chamada Castelândia, nos anos oitenta do século passado, viviam pessoas bastantes ricas e outras bastante pobres. A cidade era conhecida por venderem castelos de todo o tipo. Mas só os mais abastados os podiam adquirir, os mais necessitados tinham apenas casebres.
Uma das famílias mais ricas da cidade vivia num castelo branco como a neve. Essa família era composta por um senhor chamado Carlos, uma senhora chamada Laura e dois filhos: Clara, uma bonita menina de sete anos e João, um rapaz com treze anos.
O castelo deles era um dos maiores da cidade. Tinha vários quartos, diversas salas (uma delas secreta!), uma piscina e muito mais.
O João estava muito feliz porque faltava apenas um dia para o seu aniversário e ele ia fazer catorze anos, a idade em que podia conhecer a sala secreta.
Durante o jantar, perguntou ao seu pai, o Senhor Carlos, se no dia seguinte lhe iria mostrar a tal sala misteriosa.
― Tu já és crescido, acho que vais respeitar o que te vou mostrar! ― exclamou o pai.
― Então, é um sim?! ― interrogou o menino, ansioso.
― Sim, é ― respondeu o pai.
Após a refeição, a mãe, a Senhora Laura, avisou que já era tarde e que era melhor o João e a Clara irem dormir. Eles foram deitar-se, mas antes, a Clara perguntou ao João o que era a sala secreta e este respondeu que era um local onde só o pai podia entrar e que estava no andar de cima do castelo. A menina ficou tão curiosa que mal conseguiu dormir.
Quando acordaram, os dois irmãos chamaram o pai e a mãe e perguntaram-lhes se a Clara também podia ir visitar a sala secreta, pois, apesar de não ter idade, era muito responsável e, de certeza, que iria respeitar o segredo.
Os pais responderam afirmativamente e o pai declarou:
― Primeiro, vão ter de a encontrar a chave! A única pista que posso dar é que ela está no castelo.
Eles procuraram bastante, até que, finalmente, a encontraram debaixo do tapete da entrada do castelo. Foram ter com os pais e todos juntos dirigiram-se para a misteriosa sala.
Ao abrirem a porta, encontraram uma sala vazia, apenas com um livro que parecia ser muito antigo. Os meninos abriram o livro e viram vários desenhos com a assinatura do bisavô deles.
O pai explicou-lhes que aquele livro era um tesouro de família muito antigo.
Os irmãos, muitos espantados, observaram as fantásticas ilustrações e o Carlos exclamou:
― Que desenhos tão bonitos!
― Sim, são muito bonitos, mas o que é que têm de especial? ― questionou a Clara, intrigada.
O pai começou por explicar que o bisavô deles tinha sido um pintor muito criativo e famoso e que tinha poderes especiais…
― Poderes especiais?! Era mágico?! Que poderes eram esses? ― quis saber o Carlos, a saltitar de entusiasmo e curiosidade.
― Deixa ouvir o pai, não interrompas! ― pediu a irmã.
― Bem, quando eu era criança, o meu avô, o vosso bisavô, contava-me histórias estranhas e eu fui percebendo que ele não era igual às outras pessoas… ― declarou o pai.
― Conte mais, pai! – insistiu o Carlos, cada vez mais curioso.
― Ele desenhava bastante e, por vezes, os seus desenhos… ― explicou o pai, hesitante ― transformavam-se em realidade!
― Uau! Fantástico! ― exclamou o Carlos, entusiasmado.
― Mas isso é bom! Porque é tiveram de fechar o livro numa sala secreta? ― perguntou a Clara.
O pai dos meninos contou, então, que o avô nem sempre desenhava coisas boas. Quando estava triste ou zangado, fazia desenhos tristes e era perigoso que essas ilustrações saíssem do livro e se tornassem reais.
Após desvendar este segredo, o pai ainda explicou que as imagens daquele livro, se fossem vistas mais do que uma vez por ano, se tornariam reais, por isso, o livro tinha de ficar ali bem guardado.
Por fim, colocou o livro nas mãos dos dois irmãos e fê-los prometer que não voltariam àquela sala até ao próximo ano.
Rita Costa Vintém | 5E