Como poderá o Parlamento dos Jovens ser uma experiência inesquecível?
Tanto pelas melhores como pelas piores razões.
Mas como tudo na vida, não é possível comer peixe sem apanhar espinha.
Em fevereiro, fui eleita Secretária de Mesa da sessão distrital do Parlamento dos Jovens.
O arranque do projeto foi logo um desafio, já que numa sala com 20 pessoas desconhecidas entre si tivemos de descrever a nossa personalidade em 3 minutos. Claro que não é fácil revelar as nossas características em tão pouco tempo e ainda deixar uma boa impressão. Por isso, tentei evitar os discursos “pré-fabricados”, pensei que o melhor era deixar fluir.
Confesso que não estava nada à espera de ser escolhida e fiquei mesmo feliz quando soube os resultados, muito também pela escolha do Presidente e da Vice-Presidente. O Isaac Silva e a Mafalda Dias fizeram um trabalho excelente e aprendi bastante como se pode trabalhar bem em equipa e criar uma ligação rápida, mesmo não conhecendo perfeitamente as pessoas.
Uma das razões que me levou à participação no projeto foi o próprio tema em questão: “Alterações Climáticas. Como reverter o Aquecimento Global?”. Na minha opinião, o Aquecimento Global é um dos temas mais relevantes a abordar na atualidade e, por isso, tinha bastante curiosidade em ouvir várias opiniões e moderar o discurso dos vários alunos a defender as suas ideias.
Ao longo da manhã, foram partilhadas muitas ideias a defender, como o combate aos plásticos descartáveis, o vegetarianismo, o desenvolvimento da reciclagem, o maior investimento em energias renováveis, entre outros…
Por estas razões, achei bastante contraditório o almoço da organização ser servido numa caixa de alumínio, para além do pão embalado em plástico, dos talheres de plástico embalados em plástico e ainda das próprias garrafas de plástico.
Sinceramente, fez-me bastante confusão que a maioria dos alunos tivesse defendido com tanta convicção as suas ideias e na prática não as aplicasse assim tanto. Claro que uma refeição grátis é sempre mais apetecível, quem não concorda? Contudo, a questão climática exige uma saída da zona de conforto e, por essa razão, eu e o meu amigo Edoardo fomos almoçar a um restaurante e só levámos uma maçã da organização (único alimento que não estava embalado em plástico).
Durante o período da tarde foram criados grupos para elaborarem uma proposta de edição das medidas do projeto-base eleito e o debate aqueceu. No decurso da discussão e votação, apercebi-me da extrema necessidade que cada um tinha de fazer chegar a sua proposta à frente e de ter o destaque da “vitória”. Infelizmente, muitos alunos focaram-se em apontar o dedo sem justificarem as suas posições, evitando apoiar de forma imparcial outros grupos, mesmo que as questões merecessem aplauso. Assim, não foram decididas alterações que eram da vontade da maioria, prejudicando os resultados que poderíamos ter alcançado.
Porém, a experiência merece bem mais do que apenas um olhar crítico. E vários pontos positivos tenho a indicar: a agenda muito bem planeada e rigorosa e o desempenho impecável do STAFF do IPDJ (Instituto Português da Juventude e do Desporto). Ainda agora mantenho contacto com algumas pessoas, o que prova que as ligações nos enriquecem.
Não posso deixar de agradecer às professoras Paula Bessa, Celeste Vinhas, Rita José e Inês Osório o apoio e o empenho. Um obrigada à Lista A pelo envolvimento e força: Edoardo Contente, João Fitas, João Martins, Madalena Filipe, Marta Correia, Matilde Sá, Miguel Amil, Rita Correia, Vasco Jesus. Um agradecimento à escola por ter proposto um projeto tão interessante como este.
Foi um momento único para recordar.
Maria Vaz Pato | 12.º E1