“Ainda agora começou e já está quase a acabar”. Foi uma das primeiras frases que ouvimos no início deste ano, o 12º, e que ressoa na nossa cabeça. Na verdade, pelo menos para mim, esta frase resume todos os anos letivos, sem exceção. E vou repetir aquilo que os pais, avós, tios, … insistem em afirmar, suspirando, e afinal com tanta razão, “Passou tão depressa! Ainda ontem estava a começar o 1º ano!”.
E a verdade é esta: enquanto estamos a viver esta caminhada, dia após dia, é como se os grãos de areia estivessem a cair lentamente, e até parece que somos capazes de vê-los cair no fundo da ampulheta, um atrás do outro, de tão impacientes que somos. Mas basta distrairmo-nos que, quando damos por nós, já toda a areia se amontoou no fundo como se tivesse caído toda de uma só vez.
O tempo voa mesmo, podem acreditar! Eu também pensava que isso não se aplicava a mim e ignorava quando, no 1º ano, me diziam “ah, qualquer dia já estás no secundário!”. Nessa altura, costumava matutar para os meus botões “12º ano… 12º ano… deve ser tão difícil, mas ainda falta taaaanto tempo!”.
Bem, como vos dizia, o tempo voou e dei por mim aqui, hoje, no secundário, no tal 12º ano. E assim posso garantir que os anos aqui passados, nesta escola, são uma experiência genuinamente alucinante, totalmente impossível de esquecer.
A melhor comparação a que posso recorrer é talvez uma montanha russa. E não, estes anos não se trataram de uma mera sequência de loopings, travagens, mudanças de direção, arranques a toda a velocidade, inversões de marcha, curvas e contracurvas. Não se resumiram a 12 anos (no meu caso) e a aproximadamente (e peço desde já desculpa pelos erros de cálculo) 522 testes (mais coisa, menos coisa), 261 trabalhos, 48 festas, 3 ou 4 idas a Fátima, 12 festas de Natal, 10 festivais gímnicos, 88 ensaios, 5 jogos nacionais salesianos, 36 visitas de estudo, 8 viagens e um ligeiramente grande (só ligeiramente) número de horas de aulas, número esse que não me atrevo sequer a tentar calcular.
Paralelamente a tudo isso, que por si só já constitui uma grande parte da experiência nesta louca montanha russa, não podemos esquecer as pessoas. As pessoas! Todos os que estiveram ao nosso lado no carrinho da montanha russa ao longo de três, seis, oito ou mesmo doze anos – auxiliares, salesianos, professores, amigos e pais, irmãos, avós, tios, primos.
Foram eles que sempre nos ajudaram a ultrapassar os maiores medos, que festejaram connosco os sucessos e nos apoiaram quando falhámos. A eles devemos a emoção de andar na montanha russa. Porque andar só por andar não faz sentido. É preciso partilhar com alguém todos os momentos em que o coração acelera desmesuradamente e quase nos falta o fôlego. Por isso não podemos ir sozinhos. Precisamos do outro. Dos outros!
E, deste modo, eu aproveito para agradecer, do fundo deste meu coração acelerado com a emoção da montanha russa, a todos os que se sentaram ao meu lado. Acreditem que nada disto teria sido o mesmo sem vocês! Obrigada por esta viagem esplêndida que vivemos. Por todas as vezes que rimos juntos. Por todas as vezes que chorámos juntos. E por todas as vezes que tivemos de fechar os olhos e gritar, para voltar a abri-los com mais força. Tudo isso me enriqueceu, me fez crescer e aprender. No fundo, tornou-me a pessoa que sou hoje.
Em resumo (bem resumidinho), a viagem tem sido incrível! E que assim continue até ao fim, até ao momento em que eu tiver de mudar para outra carruagem, que me levará noutra montanha russa, a da faculdade. Até lá, vou aproveitar os loopings que esta montanha russa ainda tem reservados para mim, por isso, vemo-nos por aí, numa dessas curvas!
Maria Leonor Carvalho | Representante do Secundário