Departamento de EMRC em Formação
Os docentes do Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), nos dias 17 e 24 de fevereiro, participaram em duas ações de formação no âmbito da disciplina.
«Fidelidade à Pessoa, alegria na missão»
No dia 17 de fevereiro, reunimo-nos no Seminário de Nossa Senhora da Fátima (Alfragide – Dehonianos) com um grupo de docentes de EMRC das Dioceses de Lisboa e de Setúbal, a fim de refletir sobre o tema «Fidelidade à Pessoa, alegria na Missão – Um olhar sobre o 1º ciclo do EB e sobre o Ensino Secundário».
O encontro iniciou com a presença de D. José Ornelas, Bispo de Setúbal, que pediu aos docentes que ajudem a Igreja a refletir sobre o mundo atual e que caminhos tomar, pois vivemos diariamente com os jovens, os «primeiros destinatários da mudança». Mais tarde, também D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, valorizou a formação integral da disciplina de EMRC, a fim de formar «adultos que sejam capazes de viver as várias dimensões da vida».
Da parte da manhã, pudemos escutar o Pe. Luís Miguel Rodrigues, que referiu que a disciplina de EMRC trabalha os conteúdos que procuram dar sentido à vida das pessoas que estamos a formar, referindo que o papel do Professor de EMRC em sala de aula é ser «hermeneuta da experiência», ligando as experiências dos alunos à espiritualidade, pois estes podem ainda não possuir esse instrumento de leitura. Para que os alunos cresçam na espiritualidade, é essencial recorrer à narrativa simbólica, devendo esta ser enriquecida ao longo do seu crescimento, fazendo por este meio a descoberta de Deus.
O Pe. Eduardo Duque ajudou-nos a refletir sobre como o jovem se vê diante do religioso. Começou por referir que só existe o agora, pois o presente é «um tempo rápido, desfragmentado, sem passado e com pouco futuro». Referiu também que, devido à mudança repentina dos tempos, o ser humano evoluiu muito ao nível da ciência e da tecnologia, mas que com isso, veio acompanhado pela autonomia e pela instrumentalização do outro, dando abertura a um «politeísmo de valores». No fim, referiu que mais importante que o programa é que as aulas transmitam amor.
No período da tarde, tivemos a oportunidade de participar em dois ateliês, onde foram feitas partilhas de práticas letivas no 1º Ciclo e no Ensino Secundário.
«Semeadores da Esperança»
No dia 24 de fevereiro, reunimo-nos no Colégio da Boa Nova (Estoril), nas II Jornadas Locais das Escolas Católicas, com o tema «Como é que a Escola Católica anuncia o Cristo Vivo? Semeadores da Esperança». Foi um momento de partilha de experiências das Escolas presentes, que congregou as Dioceses desde Lisboa até ao Algarve.
Para além da partilha através de vídeos sobre a forma como se vivencia Cristo em cada Escola, tivemos também a oportunidade de, em grupos, partilhar as dificuldades de anunciar Cristo, mesmo na Escola Católica, bem como dar a conhecer estratégias utilizadas nas mesmas.
Este dia de formação teve sempre presente a reflexão de D. Joaquim Mendes, que nos explicou a passagem bíblica do Caminho de Emaús, em que os discípulos, que tinham saído de Jerusalém após a morte de Jesus, tiveram dificuldades em perceber que era Ele que os acompanhava no caminho.
D. Joaquim Mendes deixou às Escolas Católicas o desafio de «Acolher, caminhar e levar à experiência» do seguinte modo:
• «O primeiro desafio das instituições é acolher os jovens com as suas frustrações, dificuldades e dúvidas, com os seus sonhos e esperanças».
• Considerou fundamental que as Escolas se predisponham para «caminhar com os jovens à maneira de Jesus, ajudando-os a reler os acontecimentos da vida à luz das Escrituras, para que caia tudo aquilo que não tem consistência».
• Como terceiro desafio às 174 instituições de Ensino Católico em Portugal, apontou a necessidade de «ajudar a conduzir os jovens à experiência de Jesus Eucaristia, onde Ele se revela a si mesmo.
D. Joaquim Mendes destacou ainda que «a comunidade é um lugar importante para este caminho. A verdadeira comunidade educativa é aquela que é educativo-pastoral».
Destacou também que hoje os jovens «valorizam o clima de família», porque muitos «experimentam uma orfandade de quem tem ainda os pais vivos. A Escola é desafiada a ser este espaço de família onde se educa evangelizando e onde se evangeliza educando, a partir dos valores do Evangelho, iluminada pelo modo de ser e estar com Jesus: No amor fraterno». Por isso, ficou o desafio das Escolas criarem um «ambiente familiar», onde se destaque o «amor de Jesus», para que os jovens sintam a Escola e a Igreja como «uma família de famílias».
Joana Veigas | Professora