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3De vez em quando decido vir para a escola com uma t-shirt de softball, principalmente porque, entre outros, representa aquilo em que acredito. Família. Honra. Coragem. Mais vezes do que as que consigo contar pelos dedos da minha mão ouço um comentário por causa da dita t-shirt. Os cantos da minha boca viram-se para cima num sorriso quando isto acontece. Continuo a andar com a cabeça erguida e não deixo que me afete. Eles não entendem, nem nunca entenderão. Como poderiam entender? Como poderiam saber que o vermelho e branco deixaram de ser cores e que, alinhados ao símbolo da equipa, passaram a ser uma responsabilidade? Como poderiam compreender que o campo deixou de ser um campo para passar a ser uma casa? E que os colegas da equipa são mais do que colegas de equipa, são família? Como poderiam entender que por trás daquela camisola está o suor, as lágrimas, a terra, a pele esfolada e o braço partido que me fizeram chegar onde estou hoje? Como poderiam eles entender o que é partilhar a camisola com aqueles que contribuíram para a nossa formação, não só enquanto jogadores, mas também enquanto pessoas? Como poderiam eles compreender o compromisso que é entrar em campo com aqueles que já passaram de tudo contigo? A resposta é simples: Não poderiam, nem nunca poderão.

São inúmeras as vezes que vou na rua com os hoodies dos torneios, as camisolas dos campeonatos ou as t-shirts da equipa e os turistas perguntam que equipa é a nossa. O olhar surpreendido deles ao saberem que o softball está presente em Portugal enche-me a alma de orgulho por fazer parte de algo tão único, especial e “não-vulgar”. Nessa situação, mais uma vez me salta aquele tão radioso sorriso. Afinal de contas o que é o softball? É mais que um simples desporto, mais que uma simples atividade, é uma paixão, é uma escolha, é um estilo de vida. Porque de alguma forma, por trás dos atletas, por trás de todas as horas de treino, por trás de todos os gritos e raspanetes do treinador, está uma pequena jogadora que se apaixonou pelo jogo e nunca mais olhou para trás. E é por esse mesmo motivo que eu sorrio e continuo a andar, fiel àquilo em que acredito. Família. Honra. Coragem.”

Mariana Dias e Madalena Azevedo | 11.º T3