“The Last Run”

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Raquel Malheiro

Na passada sexta-feira, 29 de Novembro de 2024, realizou-se um evento que se revela um tormento para uns e uma grande diversão para outros: o corta-mato dos Salesianos de Lisboa. Chegado o dia, a ansiedade teimava em não desaparecer. Desde a colagem dos dorsais nas camisolas, até começar a correr, os pensamentos oscilavam entre “É o último, está tudo bem!” e “E se corre mal?”.

De facto, é evidente o ambiente de entreajuda, descontração e familiaridade que se cria quando lá estamos, seja a correr, no pré ou no pós. As conversas com os professores são algo que nos ajuda a esquecer o verdadeiro propósito de estarmos ali, por poucos minutos que seja. Durante a corrida, há sempre espaço, no meio de música de fundo e do “público” cheio de educadores, pais e alunos de outros anos, para nós próprios puxarmos por quem corre connosco, ajudando a que ninguém se sinta sozinho, porque, na verdade, todos temos o mesmo objetivo: acabar e receber a tão esperada bola de berlim.

Este ano, o corta-mato trouxe-me um sentimento agridoce. Apesar de sentir, mesmo após 12 anos, aquela inquietação que me era tão familiar, senti-me feliz e triste em partes iguais. Por um lado, tive uma sensação inexplicável de dever cumprido por finalmente ter concluído um percurso que tanto me afligia, mas por outro, a tristeza miudinha de saber que é o último invade-me porque significa que, para o ano, já não estou cá para ir ao tão temido Estádio Nacional, nem entrar pela porta do lugar que durante tantos anos me acolheu, da minha segunda casa, os Salesianos de Lisboa.

Raquel Malheiro 12º T1