No dia 20 de outubro, no âmbito da disciplina de Geografia A, os alunos das turmas E3 e H1 do 11.º ano de escolaridade deslocaram-se à Companhia das Lezírias, acompanhados pelos professores Manuel Carlos Gomes e Vânia Morais, com o intuito de realizarem uma atividade de trabalho de campo que viria a permitir o contacto direto com as explorações agrárias de vinha, olival, arrozal, produção animal e área de montado, eucaliptal e pinhal, em modo de produção ambientalmente sustentável.
A Companhia das Lezírias é a maior unidade agropecuária e florestal existente no território nacional, compreendendo as áreas da Lezíria de Vila Fanca de Xira, a Charneca do Infantado e os Pauis (Belmonte, Lavouras e Magos), perfazendo cerca de 20 000 hectares.
Compreendida entre os rios Tejo e Sorraia, a Lezíria é dividida pela reta do Cabo (E.N. 10 – Vila Franca de Xira/Porto Alto) em Lezíria Norte e Lezíria Sul.
Nas lezírias são exploradas diversas atividades ligadas ao sector primário, como sejam a agricultura, caça, silvicultura, pecuária, vinhos, olival e equinos (raça Puro-sangue Lusitano). Mais recentemente, foi introduzida a exploração ligada à observação da avifauna.
A deslocação iniciou-se às 8:30 h com a distribuição de um guião de acompanhamento da visita de estudo e não faltando vontade de aprender, de forma diferente, alguns conteúdos programáticos ligados ao mundo rural e explorados na disciplina de Geografia A. A este propósito, é de referir que a ruralidade é um conceito distante das experiências do quotidiano dos nossos alunos, pelo que se considera que a experiência favorecida seja significativa e facilitadora da real aprendizagem.
Em plena planície aluvial do Ribatejo, os alunos foram recebidos por duas técnicas da Companhia das Lezírias que, após uma breve apresentação, procederam ao início dos trabalhos, fazendo Geografia como esta quer ser feita: através da planta dos pés!
Durante a atividade de trabalho de campo, foram adquiridos conhecimentos diversos relativos: às várias fases de produção do vinho (bem como dos fatores que influem na sua produção); às técnicas modernas aplicadas aquando da colheita da azeitona (situação observada in loco) e os cuidados a ter na produção de azeite; às técnicas de preparação do terreno para o cultivo do arroz com recurso a tratores com laser e sementeira por avião; à criação e treino de equinos (coudelaria n.º 1 em Portugal); entre outros.
Refira-se, ainda, que a Companhia das Lezírias, ao integrar partes da Reserva Natural do Estuário do Tejo e da Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo, bem como pela dependência de financiamentos comunitários da Política Agrícola Comum (PAC), procura assegurar a sustentabilidade dos habitats naturais, pelo que todas as atividades agroturísticas e/ou produtivas dinamizadas decorrem em modo biológico.
Por fim, considera-se que a atividade de trabalho de campo foi, sem dúvida, uma forma adequada e completa de aprender sobre os diferentes sistemas de cultura e uma maneira diferente de enriquecer/(re)construir o conhecimento prévio, tendo decorrido de acordo com o previsto e sido todos os objetivos plenamente alcançados ao contribuírem para a promoção da sensibilidade para a importância da agricultura em modo biológico.
Vânia Morais e Manuel Carlos Gomes | Professores