> Seara > Uma nova casa

Andrea Gil Volvido um ano, setembro trouxe novamente o olhar de quem vê tudo pela primeira vez. Mas desta vez, os rostos já não eram todos novos e os cantos já não eram desconhecidos. Era, assim, tempo de reconhecer cada momento de aprendizagem e encarar, com confiança, os novos desafios nesta casa que também já sinto minha. Desde que me conheço como gente que adoro setembro porque este mês contém em si toda a alegria de um recomeço. E é dessa forma que ele habita nas minhas memórias de infância, com o seu inebriante cheiro a livros novos e o som estridente dos risos e dos abraços calorosos dos primeiros dias de aulas. Mas estas não são apenas memórias de infância, são também a marca que setembro tem deixado em mim, ano após ano, em cada começo de ano letivo. E apesar de cada início de ano parecer igual ao anterior, a rotina nunca encontra lugar, pois há sempre novos desafios e um inexplicável encantamento em encontrar caras novas e outras já conhecidas. Aquele não era, porém, um setembro igual aos outros. Era, como sempre, um setembro de recomeço, mas numa nova casa, com rostos e desafios muito diferentes daqueles que tão bem conhecia. Na verdadeira aceção da palavra, era o começo de um novo ano letivo com todas as descobertas que um começo tem. E não seria honesta se dissesse que foi sereno, porque um recomeço carrega alegria, mas também superação e adaptação. E foi dessa forma que, aos poucos, fui conhecendo melhor os cantos à casa e desbravando caminho. Contei, para isso, com a ajuda de uma equipa fantástica que, desde o primeiro dia, me acolheu com um sorriso e, em todos os momentos, se disponibilizou para esclarecer dúvidas. Destacaram-se aqui as reuniões de equipa semanais, verdadeiros espaços de trabalho colaborativo, nos quais a planificação e a produção conjuntas, bem como a partilha de experiências e o diálogo para a tomada de decisões, contribuíram, de forma determinante, para a melhoria do processo educativo. Outra prática a destacar foi o incentivo à observação de aulas com caráter meramente formativo. De facto, o contacto com diferentes abordagens, metodologias e inclusive comportamentos constituiu uma fonte de inspiração e levou a uma reflexão sobre a própria prática pedagógica que se revelou bastante útil e interessante. Volvido um ano, setembro trouxe novamente o olhar de quem vê tudo pela primeira vez. Mas desta vez, os rostos já não eram todos novos e os cantos já não eram desconhecidos. Era, assim, tempo de reconhecer cada momento de aprendizagem e encarar, com confiança, os novos desafios nesta casa que também já sinto minha. Andrea Gil | Professora