Boa tarde/noite a todos os colegas, professores, funcionários, pais e finalistas aqui presentes.
Chegou, por fim, a nossa vez de nos despedirmos desta escola e, deste modo, avançar no sonho, partindo com prontidão para a realidade que será o nosso futuro. Assim, pretendemos, neste breve discurso, dizer um último adeus às diversas memórias que levamos connosco.
Para alguns de nós, esta jornada começou apenas com 6 anos, onde conseguir a última bola do cesto era a maior inquietação. Agora, já preocupados com a próxima avaliação, olhamos para os mais pequenos das janelas das nossas salas e invejamos as corridas para os insufláveis que já não podemos ter. Uns anos mais tarde, quando dividir e multiplicar deixou de ser um quebra-cabeças, conquistámos o pátio dos crescidos, relembrando com carinho, o inicial acantonamento, os competitivos interturmas arbitrados pelo senhor Manu e os incontáveis jogos de polícias e ladrões.
Já no 3º ciclo, encaramos o nosso primeiro grande desafio, as intermináveis escadas até ao 7º ano, quando já nos chamavam de crescidos e eram mais as disciplinas do que os dedos das mãos e dos pés. Foi também neste ciclo, que, graças ao covid 19, passamos por entre os pingos da chuva no que toca aos exames nacionais e às tão ansiadas viagens a Paris e Barcelona, que não se realizaram. Para além disso, não podemos deixar de mencionar as aulas de música e teatro que culminaram nos mais divertidos espetáculos de fim de semestre.
Chegámos, por fim, ao secundário. Três anos que passaram quase tão rápido como a incrivelmente esperada viagem a Cabo Verde. Trata-se certamente do ciclo mais desafiante, onde cada acento e vírgula conta para a média e a exigência se revela o nosso maior obstáculo. Ainda assim, entre estudos e saídas, procurámos dar sempre o nosso melhor, e, acompanhados pelos pacientes professores, ultrapassámos todas as fraquezas e adversidades, mostrando-nos capazes de nos superar nos temidos exames nacionais.
Saímos desta escola sem dúvida muitíssimo bem preparados para os desafios que a faculdade acarreta. Ainda assim, esta escola não se resume somente à vertente académica. Esta casa formou-nos e proporcionou, ao longo deste extenso caminho, experiências que jamais esqueceremos, transformando-nos nos adultos que somos hoje. Certamente, cada um de nós chegou ao fim desta jornada com convicções mais fortes e algumas até diferentes, tendo cada vez mais a certeza das pessoas que nos tornamos. Desde cedo, com os penosos corta-matos, cuja única motivação era a tão desejada bola de berlim ao cruzar a meta até aos fantásticos festivais gímnicos e jogos nacionais que nos presentearam com amizades que levaremos para a vida. Relembramos também os adorados momentos em que a Maria João nos interrompeu as aulas, sempre determinada em nos arrancar um sorriso da cara, os croissants de chocolate e as bolinhas com manteiga que nunca falharam em completar as nossas manhãs, os bons dias acolhedores e os queridos professores a quem tantos cabelos brancos deixamos.
Por fim, seria impossível falarmos do nosso percurso escolar sem abordar o acompanhamento espiritual que tivemos desde o primeiro dia em que entramos nesta casa. Quer nos bons dias matinais que nos permitiam começar o dia com uma pequena ave maria, quer nos momentos semanais em que saíamos do caos e tínhamos a oportunidade para refletir em oração conjunta na igreja. Em ambos os casos, tivemos o privilégio de, para além do braço sempre disponível dos nossos amigos e professores, termos tido o abraço e o colo de Nossa Senhora e de Dom Bosco, que nem só por um segundo nos deixaram sós.
Assim, chegámos ao dia de hoje, capazes de reconhecer que recebemos muito mais do que alguma vez demos, e que, apesar de termos sido decididamente um ano peculiar, fomos capazes de ultrapassar os inúmeros obstáculos e dificuldades com que nos deparámos. Agora, nós finalistas que deixamos todo um capítulo para trás, levando decerto as mãos cheias de memórias calorosas e os telemóveis cheios de fotografias inesquecíveis podemos finalmente dizer que compreendemos as célebres palavras do Papa Francisco: “Somos todos chamados a cultivar o sentido da comunidade, começando por ir ter com quem vive ao nosso lado.”, não nos deixando nunca tornar “jovens de sofá”, estendendo sempre a mão ao próximo.
Agradecemos por fim a todos os diretores, professores, padres, auxiliares, colegas e amigos que nos fizeram encarar esta escola não como uma mera obrigação, mas sim como uma casa que acolhe e cuida.
Obrigada por tudo, Salesianos!